Estado teve queda de 80% em mortes violentas por causa indeterminada entre 2022 e 2023, segundo o Atlas da Violência 2025
Mato Grosso do Sul se destacou no Atlas da Violência 2025 como um dos estados que mais avançaram na correta identificação de mortes violentas. O estudo, elaborado pelo Ipea e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mostra que os chamados homicídios ocultos — mortes violentas por causa indeterminada (MVCI) — caíram drasticamente no Estado.
Até 2022, esse tipo de subnotificação vinha crescendo, chegando ao pico de 90 casos. Mas, em 2023, houve uma queda significativa: foram apenas 18 registros, o que representa uma redução de 80% em apenas um ano. No comparativo com 2013, quando foram 32 registros, a queda total foi de 44%.
O comportamento dos dados revela duas fases distintas: de 2013 a 2018, os números permaneceram baixos e estáveis; já entre 2019 e 2022, houve crescimento expressivo. A virada aconteceu em 2023, quando a atenção pública e institucional ao tema aumentou e os registros começaram a melhorar.
Essa evolução é resultado da pressão exercida pelos próprios pesquisadores do Atlas, que vêm denunciando a subnotificação e estimulando os estados a revisarem seus procedimentos de registro e investigação. Com isso, Mato Grosso do Sul teve o sexto melhor desempenho do país na redução de homicídios ocultos.
O maior destaque foi o Espírito Santo, que liderou o ranking com queda de 96,6% nos casos sem causa definida. O levantamento evidencia a importância de práticas mais rigorosas e transparentes na classificação de mortes violentas, para orientar políticas públicas mais eficientes na área de segurança.