Exumação do Corpo de Vitor Fernandes: Avanço na Investigação do Massacre de Guapoy
Foi realizada nesta terça-feira (10) a exumação do corpo de Vitor Fernandes, de 42 anos, um guarani-kaiowá que faleceu em 2022 durante um confronto com policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar. O incidente, ocorrido em Amambai, a 351 quilômetros de Campo Grande, é amplamente conhecido como o Massacre de Guapoy.
De acordo com informações divulgadas pela Aty Guasu, a exumação foi autorizada pela Justiça Federal de Ponta Porã após um pedido do Ministério Público Federal. O objetivo é realizar uma perícia técnica para coletar provas que possam ajudar na resolução do caso, que até o momento permanece inconcluso.
Desde o falecimento de Vitor, a comunidade guarani-kaiowá havia solicitado a realização de uma perícia federal no corpo. “É uma esperança a mais nos tekohas [terra]. A elucidação do caso é a garantia de justiça para nosso povo. Parabéns aos envolvidos”, comentou um internauta nas redes sociais da Aty Guasu.
O Incidente
O confronto que levou à morte de Vitor ocorreu após os indígenas, que reivindicavam a demarcação do território Guapoy, ocuparem a Fazenda Borda da Mata no dia 23 de junho de 2022. No dia seguinte, a Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) enviou a Tropa de Choque da PM para o local, alegando supostos crimes de roubo e ameaça contra funcionários da propriedade, mesmo sem uma ordem judicial de reintegração de posse.
A operação, que incluiu o uso de helicópteros, resultou em um violento confronto que deixou vários indígenas feridos. Vitor Fernandes foi baleado e veio a falecer. A Sejusp informou que três policiais também ficaram feridos durante a ação. O corpo de Vitor foi enterrado na sede da fazenda três dias depois do incidente.