Fatores climáticos e seca na região aumentam risco de incêndios, afirma Riedel
O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), afirmou nesta terça-feira (10), em entrevista à Globonews, que as queimadas no Pantanal em 2024 podem repetir a tragédia ambiental vivida em 2020. Segundo ele, o intenso calor, a baixa umidade do ar e as áreas de difícil acesso têm dificultado as ações de combate ao fogo, aumentando a gravidade da situação.
De acordo com Riedel, o número de focos de incêndio em 2024 já é 50% maior que o registrado no mesmo período de 2020. “Ainda não atingimos os números de 2020, mas podemos chegar lá. Pode ser tão ruim quanto naquele ano. Vamos trabalhar para que isso não aconteça e torcer para que as chuvas cheguem”, declarou o governador.
Em 2020, cerca de 3,5 milhões de hectares do Pantanal foram destruídos pelo fogo, com 4.790 focos de incêndio. Este ano, já são mais de 6,7 mil focos registrados, com aproximadamente 2,7 milhões de hectares queimados. Segundo o governador, as próximas semanas ainda serão de condições climáticas desfavoráveis.
Riedel destacou o apoio do governo federal, que enviou reforços para ajudar no combate ao fogo, e elogiou o trabalho das forças estaduais, que ampliaram a capacidade de resposta para evitar um cenário ainda mais catastrófico.
O governador também explicou que o Pantanal passa por ciclos naturais de seca e cheia, com duração de cerca de dez anos. Recentemente, a ONG WWF apontou que a seca nas cabeceiras do Rio Paraguai, no estado vizinho, tem contribuído para a redução do volume de água e a diminuição das áreas úmidas, o que facilita a propagação dos incêndios.
Questionado sobre as declarações da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que alertou para a possível perda do Pantanal até o fim do século, Riedel se mostrou cauteloso. “O bioma ainda tem 84% de sua área preservada. Precisamos continuar estudando as mudanças climáticas e seus impactos no Pantanal”, afirmou.
O governador finalizou a entrevista ressaltando que o enfrentamento das mudanças climáticas exige um esforço conjunto e de longo prazo. “Aqui no Mato Grosso do Sul, estamos nos preparando para ser um estado carbono neutro até 2030, mas essa luta precisa do esforço de todos”, concluiu.