Um áudio enviando por engano pode complicar o prefeito de Figueirão, Juvenal Consolaro (PSDB), que enfrenta investigação no Ministério Público Estadual (MPE) por uso de maquinário da prefeitura em propriedade particular.
No áudio, o prefeito pede para um terceiro enviar maquinário para uma furnas, dizendo que a pessoa precisa dar uma “segunda mão de grade” para plantar banana e mais alguma coisa.
“Vê a maneira como se resolve isso, porque os tratores da prefeitura não saem de lá. Só servem eles, quase”, reclama.
Em outro áudio, o morador que receberia o maquinário responde ao prefeito, dizendo que não precisa mais e que vai pagar alguém para fazer. Ele nega que o trator não saia da propriedade dele.
“O senhor falou que os tratores não saem da daqui. Não precisa não. Pode deixar. Vou arrumar um trator e vou pagar para fazer. O senhor mandou um áudio falando que não sai daqui, mas aqui em casa não”, rebateu.
Os áudios indicam uso de tratores da prefeitura para fins particulares, o que já foi denunciado ao MPE.
Investigação
O Ministério Público de Mato Grosso do Sul instaurou inquérito civil para investigar possíveis irregularidades na gestão de Juvenal Consolaro. A investigação tem como base denúncias da vereadora Flávia Maria Braço, relatando uso de máquinas da prefeitura na fazenda de Juvenal e distribuição irregular de calcário.
Uma das denúncias aponta o uso de maquinários da Secretaria de Infraestrutura e da Secretaria da Desenvolvimento na propriedade rural do prefeito. Os servidores teriam feito o cascalhamento de 4 km, utilizando cinco caminhões de 14 metros, e construído um curral na fazenda do prefeito. Para o trabalho, foram utilizados pá carregadeira, retroescavadeira, patrola, uma S10 e uma picape da prefeitura.
O cascalho teria sido buscado no município de Costa Rica, a 45 km, e cada caminhão teria feito seis viagens por dia, totalizando 90 viagens. Segundo a denúncia, os maquinários teriam sido utilizados na fazenda do prefeito três vezes no período de um ano.
A vereadora relata ainda que recebeu denúncia de moradores questionando uma lista de beneficiados com calcário, que incluia os nomes do prefeito, esposa e filhos.
Os moradores contaram à vereadora que nem ficaram sabendo da distribuição. Já a prefeitura alegou que a entrega de produtos obedeceu decreto da Agraer e que seus familiares atenderam os requisitos.
Fonte: Investiga MS


