Ação ocorre em Mato Grosso do Sul e outros oito estados; alvos incluem operadores financeiros e doleiros
A Polícia e a Receita Federal de São Paulo deflagraram, nesta quarta-feira (9), a Operação Alcaçaria, que visa desarticular um esquema de lavagem de dinheiro operado por doleiros e organizações criminosas. A investigação apurou que o grupo movimentou cerca de R$ 1,2 bilhão ao longo de três anos, utilizando empresas de fachada e operadores financeiros.
A operação cumpre 62 mandados de busca e apreensão, 10 mandados de prisão preventiva e três de prisão temporária em Mato Grosso do Sul, abrangendo cidades como Campo Grande, Bonito, Anastácio e Ponta Porã, além de outros oito estados. Os nomes dos alvos ainda não foram divulgados pela Polícia Federal.
Entre as medidas impostas, houve o sequestro de bens imóveis, veículos e o bloqueio de valores em contas bancárias dos investigados. Além disso, grande quantidade de gado foi apreendida em uma propriedade rural pertencente a um dos líderes da quadrilha.
A investigação revelou que os valores ilícitos eram depositados diariamente em contas de empresas de fachada, com sócios laranjas. Uma parte significativa do dinheiro foi convertida em criptoativos e enviada para carteiras no exterior, onde eram transformados em dólares para pagar fornecedores de drogas e armas.
A operação também apura a participação de empresas de fachada e exchanges de criptoativos, que teriam fornecido ativos virtuais para os doleiros. Esses operadores financeiros são suspeitos de evasão de divisas e lavagem de dinheiro, uma prática conhecida como “cripto-cabo”.
Os investigados poderão responder por crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, operação de instituição financeira ilegal e uso de documentos falsos.