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Sexta-feira, 25 Abril, 2025
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    Rio Paraguai tem o nível mais baixo em 124 anos

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    Com 62 cm abaixo da cota de referência, a seca histórica afeta navegação, turismo e abastecimento em comunidades ribeirinhas

    O Rio Paraguai alcançou seu nível mais baixo já medido, atingindo a marca de 62 centímetros abaixo da cota de referência, segundo o Serviço Geológico Brasileiro (SGB). As medições começaram em 1900, no posto de Ladário, próximo a Corumbá (MS), e a mínima anterior, registrada em 1964, foi de 61 centímetros abaixo da cota.

    A cota padrão é de 5 metros de profundidade média, conforme o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), que já havia alertado sobre essa situação na última quarta-feira (9). A estação é fundamental para a Marinha, que a utiliza para avaliar condições de navegação e definir medidas de restrição.

    Causas da seca

    O Rio Paraguai atravessa os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, seguindo em direção ao Paraguai e à Argentina, e suas nascentes são alimentadas por águas da Amazônia, como as do Rio Negro. A região enfrenta uma seca histórica, com a Agência Nacional de Águas (ANA) destacando que a Região Hidrográfica Paraguai ocupa 4,3% do território brasileiro, abrangendo parte do Pantanal, a maior área úmida contínua do planeta.

    Pesquisadores alertaram para a possibilidade de se chegar a uma mínima histórica na região desde fevereiro, em decorrência de chuvas abaixo do normal. Marcus Suassuna, do SGB, afirmou: “Essa seca vem sendo observada em razão das chuvas abaixo do normal durante toda a estação chuvosa, desde outubro de 2023”.

    Impactos diretos

    A queda no nível do Rio Paraguai tem implicações diretas para a economia e o meio ambiente, afetando turismo, pesca e o abastecimento de comunidades ribeirinhas. O Imasul destacou que a redução drástica está associada à variabilidade climática e à escassez de chuvas, colocando o Pantanal em uma posição vulnerável.

    Com as previsões indicando uma recuperação lenta, o SGB prevê que os níveis no Rio Paraguai permanecerão abaixo da cota até a segunda quinzena de novembro. Embora as chuvas tenham diminuído a velocidade de queda do nível do rio, elas não devem ser intensas o suficiente para promover aumentos rápidos nos níveis.

    Riscos à navegação

    A Marinha do Brasil emitiu alertas sobre a deterioração das condições de navegação no Rio Paraguai, recomendando que os navegantes redobrem a atenção devido ao surgimento de bancos de areia e rochas. Antes de navegar, é aconselhável consultar o boletim diário de avisos náuticos para garantir a segurança.

    A região é um importante corredor de integração com os países vizinhos e está incluída entre as hidrovias que a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) prioriza para concessão à iniciativa privada. O projeto busca acelerar o transporte de cargas, principalmente na produção agrícola e mineral, o que pode aumentar a exploração desses recursos e o consumo de água na região.

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