Mudanças incluem ampliação da carga horária e ajustes para garantir uniformidade na formação dos alunos até 2025.
Após a sanção das mudanças no formato do ensino médio pelo Governo Federal em agosto, o Ministério da Educação (MEC) enviou na última segunda-feira (14) um documento ao Conselho Nacional de Educação (CNE) com subsídios para a revisão das diretrizes nacionais dessa fase escolar. A responsabilidade de elaborar essas novas regras cabe ao CNE, que deverá submetê-las à homologação do MEC.
A principal mudança prevista para 2025 é a ampliação da carga horária das disciplinas tradicionais de 1.800 para 2.400 horas, visando equilibrar a formação dos alunos atuais do 2º e 3º anos com aqueles que entrarão nesse novo formato de ensino médio. Mais de 8 milhões de estudantes em todo o Brasil, sendo 80% deles em escolas estaduais, serão impactados por essas alterações.
O objetivo das mudanças é remediar problemas gerados pela reforma de 2017, que flexibilizou o currículo escolar, dividindo-o em duas partes: uma comum e outra de aprofundamento, conhecida como itinerários formativos. Nos últimos anos, surgiram críticas apontando a perda de conteúdos tradicionais e a má implementação dos itinerários.
Com as novas diretrizes, os alunos que estarão no 3º ano em 2025 receberão apenas aulas da parte comum, sem itinerários formativos. O MEC também ajustará a carga horária dos alunos que seguem cursos técnicos.
O relator do CNE, Cesar Callegari, destacou que o desafio é fornecer orientações práticas, sem atropelar o andamento das escolas e sistemas de ensino. A versão final das diretrizes deve ser aprovada até o início de novembro.