Família de Lalo Gomes alega execução e apresenta laudo que contesta versão oficial da polícia.
O advogado Óscar Tuma, que representa a família do deputado paraguaio Lalo Gomes, morto em um suposto confronto com policiais em agosto deste ano em Pedro Juan Caballero, acusou o Ministério Público e o Judiciário do Paraguai de não se empenharem em revelar a verdade sobre o caso. Lalo Gomes, com dupla nacionalidade, foi abatido durante uma operação da Polícia Nacional, que alega ter sido recebida a tiros pelo deputado. No entanto, a família sustenta que não houve troca de tiros e acusa a polícia de execução.
Em entrevista concedida nesta terça-feira (22), Óscar Tuma afirmou que as autoridades estão ocultando informações cruciais sobre os eventos que culminaram na morte do parlamentar, criticando o Judiciário e o MP por suposta falta de interesse em investigar o que realmente aconteceu. “A causa de lavagem de dinheiro e financiamento de organizações criminosas não avança. Nós sugerimos diligências, mas os juízes não mostram interesse em descobrir a verdade”, declarou o advogado.
Segundo Tuma, três perícias diferentes confirmam que todas as transações financeiras de Lalo Gomes foram aprovadas por bancos paraguaios, afastando a hipótese de lavagem de dinheiro.
Laudo independente desafia versão oficial
Nesta segunda-feira (21), a família de Lalo Gomes divulgou um laudo pericial balístico independente, realizado por um especialista particular, que aponta irregularidades graves no procedimento policial. De acordo com o laudo, os disparos que mataram o deputado foram feitos a menos de um metro de distância, contestando a versão de que ele teria atirado contra os policiais.
Além disso, o advogado denuncia o desaparecimento das imagens do corpo no local e das roupas usadas por Lalo no momento de sua morte, que poderiam conter resíduos de pólvora e fornecer mais pistas sobre o caso. “Sem uma investigação séria, fica difícil saber se houve incompetência ou se infiltrados queriam eliminar o deputado”, concluiu Tuma.
A polêmica sobre a morte de Lalo Gomes levanta questões sobre a transparência das operações policiais no Paraguai e a falta de avanços na investigação dos supostos crimes que eram atribuídos ao parlamentar.