Operação Ultima Ratio investiga corrupção no TJMS e resulta em apreensão de armas e dinheiro em diversos alvos.
A Polícia Federal e a Receita Federal apreenderam R$ 2,7 milhões em dinheiro durante o cumprimento de mandados da Operação Ultima Ratio, que investiga a venda de sentenças para favorecer escritórios de advocacia no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS). Além do dinheiro, os agentes encontraram revólveres, pistolas e espingardas em um dos endereços investigados.
A operação, que cumpre 44 mandados de busca e apreensão em Campo Grande, São Paulo, Cuiabá e no Distrito Federal, apreendeu o dinheiro em notas de R$ 50, R$ 100, R$ 200 e dólares. As cédulas foram localizadas na casa de um desembargador, cujo nome não foi divulgado, assim como as armas.
Além das apreensões nas residências, maços de dinheiro foram encontrados no console de um dos veículos vistoriados durante a operação. A ação é um desdobramento da Operação Mineração de Ouro, deflagrada em 2021, que já havia afastado conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MS) por fraudes em licitações de obras.
A Operação Ultima Ratio também investiga o envolvimento de advogados e filhos de desembargadores do TJMS, em casos onde o magistrado responsável pela sentença teria sido sócio do advogado da parte interessada. Cinco desembargadores ativos foram afastados por determinação do STJ: Marcos José de Brito Rodrigues, Vladimir Abreu, Sérgio Fernandes Martins, Sideni Soncini Pimentel e Alexandre Aguiar Bastos. A operação também apura o envolvimento de dois desembargadores aposentados, Júlio Roberto Siqueira e Divoncir Schreiner Maran.