Investigações envolvem transações de advogados com desembargadores, mas municípios não são investigados diretamente
A Operação Ultima Ratio, realizada pela Polícia Federal, revelou indícios de ligação entre advogados contratados por prefeituras de Mato Grosso do Sul e desembargadores suspeitos de corrupção, lavagem de dinheiro e outros crimes no Judiciário estadual. As prefeituras de Bodoquena e Costa Rica foram citadas no contexto da investigação, mas não são alvo direto da operação.
Em Bodoquena, o ex-prefeito Jun Iti Hada é mencionado por ter, supostamente, negociado decisões judiciais em processos de revisão criminal em 2016. Em gravações interceptadas, há indícios de tentativa de compra de sentença favorável, embora Hada negue a prática e alegue ter sido prejudicado por seu ex-advogado.
No caso de Costa Rica, o relatório do Coaf destaca contratos firmados entre a prefeitura e o escritório de Camila Bastos, filha de um desembargador que teria atuado em julgamentos de interesse do município. Transações financeiras entre a prefeitura e o escritório somaram R$ 53,5 mil, conforme apurado pela PF.
As prefeituras citadas não receberam equipes da PF e, por ora, não estão sob investigação.