Acusado de ser um dos principais traficantes do Paraguai, Insfrán Galeano atuava na fronteira com o Brasil e tinha conexão com políticos locais
O Tribunal de Apelações do Paraguai decidiu nesta quinta-feira (31) que Miguel Ángel Insfrán Galeano, conhecido como “Tio Rico”, irá a julgamento público por tráfico de drogas e associação criminosa. Em agosto, a juíza Rosarito Montanía, especializada em crime organizado, já havia encaminhado o caso para julgamento oral, mas a defesa de Miguel recorreu. A decisão final confirmou o andamento do julgamento.
Preso em fevereiro de 2022 em um apartamento de luxo no Rio de Janeiro, “Tio Rico” é apontado como um grande fornecedor de cocaína para a Europa, com operações na fronteira entre o Paraguai e o Mato Grosso do Sul. Ele mantinha negócios de fachada e vínculos políticos na região, enquanto seu irmão, o pastor José Alberto Insfrán Galeano, geria uma igreja em Curuguaty, que supostamente servia para lavagem de dinheiro. José Alberto também está preso.
Miguel Ángel é ainda suspeito de ligação com o narcotraficante uruguaio Sebastián Marset e de ser mandante do assassinato do promotor paraguaio Marcelo Pecci, ocorrido na Colômbia em maio de 2022. Em agosto deste ano, ele foi transferido para o presídio de segurança máxima em Minga Guazú, a cerca de 250 km da fronteira com Mato Grosso do Sul.