Músico preso pelo crime já tinha histórico de violência doméstica e múltiplas denúncias de ex-companheiras
A jornalista Vanessa Ricarte, de 42 anos, foi morta a facadas pelo ex-noivo, o músico Caio Nascimento Pereira, de 35 anos, na tarde desta quarta-feira (12), no Bairro São Francisco, em Campo Grande. O crime ocorreu poucas horas depois de Vanessa procurar a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) para solicitar medida protetiva contra ele.
Segundo o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), Caio já acumulava um histórico de violência doméstica, com seis pedidos de medida protetiva feitos por ex-companheiras na Vara da Violência Doméstica e Familiar. Além disso, ele respondia a sete processos por ameaça, um por roubo e um por difamação.
Histórico de violência
Em 2020, uma ex-namorada registrou boletim de ocorrência após ser agredida por Caio, chegando a ser hospitalizada com queimaduras no rosto e braços, provocadas por fricção no asfalto. Na época, ela relatou que o músico era usuário de drogas e extremamente agressivo.
Outro caso registrado em 2023 apontava violência psicológica contra uma ex-companheira, que passou a ser perseguida e ameaçada por ele após o término do relacionamento.
Ameaças antes do crime
Na noite anterior ao assassinato, Vanessa procurou a Deam para pedir proteção, após o ex-noivo divulgar um link em suas redes sociais relacionado a um site de conteúdo adulto que mencionaria a jornalista. Pouco tempo depois, a publicação foi apagada. Ainda não há confirmação se esse foi o motivo que levou Vanessa a buscar ajuda policial.
O assassinato
Vanessa foi morta ao retornar à casa onde morava com Caio para buscar seus pertences. Com medo, ela pediu ajuda de um amigo que a acompanhou. No local, os dois começaram a conversar, mas em determinado momento, Caio a atacou e desferiu três facadas na altura do coração. Ela chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos.
Um vizinho de 60 anos relatou ter ouvido gritos por volta das 16h40. “Saí para ver e vi um homem esmurrando a porta. Quando ele me viu, veio com a faca para cima de mim. Corri e chamei a polícia”, contou. O aposentado também relatou que, apesar de as discussões entre o casal não serem frequentes, quando aconteciam eram intensas, com gritaria e portas batendo.
Após o crime, Caio tentou resistir à prisão, mas foi contido e levado à Deam, onde permanece detido.