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Sexta-feira, 25 Abril, 2025
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    Trump faz uso macabro da Inteligência Artificial em vídeo sobre Gaza

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    Em suas redes sociais, o presidente dos EUA publicou um vídeo mostrando o futuro da Faixa de Gaza sob sua administração; a montagem com estátuas de ouro e chuvas de dólares provocou reações mundiais de repúdio

    Os planos da nova administração americana para a Faixa de Gaza já causaram grande alvoroço no mundo árabe e até mesmo entre os aliados mais próximos dos Estados Unidos. A sugestão de Donald Trump de remover 2,3 milhões de pessoas de suas casas para reconstruir Gaza aos moldes de uma Riviera do Médio Oriente, mostrou o tamanho do desconhecimento histórico do republicano acerca da questão Palestina, seu povo e o direito internacional como um todo. Após ter o assunto abafado por seu Secretário de Estado nas últimas semanas, uma publicação hoje, deixou claro, e de forma bastante gráfica, o verdadeiro sonho de Trump para o enclave.

    O vídeo foi produzido com Inteligência Artificial e representa de forma lúdica um plano macabro. Uma cidade em ruínas na primeira cena, logo é substituída pelo letreiro Trump Gaza, onde cassinos coloridos funcionam, estátuas douradas de Donald Trump são compradas como souvenirs ou encontradas nas ruas, onde Trump e Netanyahu sentam-se em cadeiras de praia e chuva de dólares entretém as crianças. A produção de tal peça publicitária já seria minimamente desrespeitosa se divulgada por um cidadão comum, mas ao ser postada para dezenas de milhões de pessoas, pelo chefe de estado mais importante do mundo, é muito mais problemática.

    Muitos países árabes e tantos outros aliados dos norte-americanos expressaram seu repúdio ao que foi sugerido no vídeo, mostrando a insensibilidade com a dor de famílias dilaceradas pela guerra, ainda vivendo em meio a escombros e pouca comida. Todavia, o que mais chama atenção neste caso, é como uma questão geopolítica tão complexa e tão dolorosa para palestinos e israelenses, é tratada apenas como uma brincadeira pelo magnata que se senta no Salão Oval. Ao representar uma região devastada por mais de 80 mil toneladas de bombas, como um paraíso a ser construído para o benefício de estrangeiros, Donald Trump, admite que as pessoas que residem em Gaza hoje, e que lá estão há séculos, não possuem a mínima importância em seus desejos e direitos.

    Obviamente, que a Faixa de Gaza precisa ser liberta do grupo terrorista Hamas. Com toda a certeza, os órfãos e jovens daquela terra em cacos, merecem um futuro digno e de viabilidade socioeconômica sem a administração jihadista de fundamentalistas islâmicos da pior índole. Todavia, a separação do povo palestino de um de seus únicos pedaços de terra internacionalmente reconhecidos, apenas para fins de exploração imobiliária e econômica, revela a falta de sensibilidade que falta aos importantes líderes mundiais para encaminhar resoluções de paz viáveis e duradouras para conflitos históricos. 

    As primeiras semanas de nova administração em Washington DC têm parecido uma ilusão distópica. Da confluência de interesses entre russos e americanos, o abandono completo aos aliados históricos e o senso de humor de mau gosto para tratar de questões bélicas e territoriais extremamente complexas, mais uma vez constatamos, que seja no mundo da Inteligência Artificial ou no mundo real, os próximos quatro anos serão desafiadores.

    *Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

    Fonte: Jovem Pan News

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