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Sexta-feira, 25 Abril, 2025
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    MS tem postos investigados por ligação com facções

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    Quatro estabelecimentos no estado estão entre os 941 suspeitos de envolvimento com o crime organizado no setor de combustíveis

    Mato Grosso do Sul entrou no radar da Polícia Federal em uma operação que investiga a presença do crime organizado no setor de combustíveis no país. Um mapeamento inédito, feito pelo Núcleo Estratégico de Combate ao Crime Organizado, revelou 941 postos suspeitos de ligação com facções criminosas em 22 estados — quatro deles estão em território sul-mato-grossense. Apesar disso, os nomes dos estabelecimentos não foram divulgados.

    Para montar a lista, os investigadores cruzaram dados de sócios com antecedentes criminais e vínculos com operações policiais. Entre os crimes estão o uso de laranjas, roubo de cargas e lavagem de dinheiro. O levantamento, divulgado pela Folha de São Paulo, conta com apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública, da Polícia Federal, da Receita Federal, do Coaf e do Ministério de Minas e Energia.

    MS entra na mira com 4 postos investigados por ligação com crime organizado

    O objetivo é desarticular esquemas criminosos que envolvem também sonegação fiscal, adulteração de combustíveis e movimentações financeiras suspeitas. Segundo a reportagem, redes de postos ligadas ao PCC, Comando Vermelho e Família do Norte operam em diversas regiões do país. Há ainda indícios da atuação de milícias.

    Mesmo que São Paulo e Goiás concentrem a maior parte dos postos suspeitos, Mato Grosso do Sul aparece como ponto estratégico por estar na rota do tráfico. O estado faz fronteira com Paraguai e Bolívia, o que facilita a logística para esses grupos.

    Além disso, o setor de combustíveis tem características que favorecem crimes financeiros. O uso intenso de dinheiro em espécie e o grande volume de transações facilitam a lavagem de dinheiro, como explica o Núcleo de Combate ao Crime Organizado. Ao jornal, o promotor Fábio Bechara, do Gaeco de São Paulo, lembrou que o interesse de facções nesse setor não é novo. Ele começou no fim dos anos 90, mas se tornou mais sofisticado nos últimos anos.

    “Investigações recentes mostram que há envolvimento até de distribuidoras e empresas de fachada, com estruturas muito bem organizadas”, afirmou Bechara.

    Em Mato Grosso do Sul, autoridades ouvidas sob anonimato confirmaram que há apurações em curso. As investigações se concentram, principalmente, em cidades da fronteira e regiões com movimentação atípica de combustíveis.

    Em fevereiro, o ministro Ricardo Lewandowski declarou que pretende unificar os inquéritos em uma investigação de alcance nacional. Segundo ele, os casos apurados até agora eram pontuais e isolados. A nova meta é rastrear redes criminosas que atuam em vários estados ao mesmo tempo.

    A ofensiva também ocorre diante da pressão de empresários do setor regular, que denunciam concorrência desleal. De acordo com o Instituto Combustível Legal, muitos postos não conseguem competir com os preços praticados por redes ligadas ao crime, que sonegam impostos.

    Um estudo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública revela que o setor de combustíveis já rende mais lucro ao crime organizado do que o tráfico de cocaína. Enquanto a droga movimenta cerca de R$ 15 bilhões ao ano, o lucro com combustíveis e lubrificantes pode ultrapassar R$ 61,5 bilhões. A perda fiscal para os cofres públicos chega a R$ 23 bilhões por ano.

    Vale lembrar que, em 2020, o Gaeco realizou em Campo Grande uma operação semelhante. Na época, investigou um esquema de lavagem de dinheiro com uso de postos para abastecimento fraudulento. O dinheiro era sacado em espécie e repassado ao núcleo criminoso.

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