Projeto promete transformar Mato Grosso do Sul em um dos principais corredores logísticos do País, com foco em sustentabilidade e escoamento de grãos e minérios.
A concessão da Hidrovia do Rio Paraguai, prevista para maio, depende de licenciamento do Ibama e de análise do Tribunal de Contas da União (TCU). Embora o edital esteja programado para ser lançado em breve, ambos os órgãos ainda não forneceram detalhes sobre o andamento dos processos. O leilão deve ocorrer em julho.
O Ministério de Portos e Aeroportos informou que está monitorando de perto o processo. A concessão do Tramo Sul, que abrange o trecho de 600 km entre Corumbá e a Foz do Rio Apa, é considerada essencial para melhorar o escoamento de produtos como minério de ferro e grãos. O projeto visa transformar a região em um dos principais corredores logísticos do País.
O projeto prevê R$ 74,3 milhões em investimentos privados nos primeiros cinco anos de concessão, com 40% voltados para ações ambientais. O custo anual da operação será de R$ 12,3 milhões. Os estudos de viabilidade foram concluídos em novembro de 2024, e a última audiência pública já ocorreu.
O Ministério destaca que Mato Grosso do Sul está no centro das ações da pasta. O governo continua mantendo diálogo constante com a sociedade e com o setor produtivo, utilizando consultas públicas e audiências presenciais para esclarecer dúvidas e aprimorar o projeto.
Os serviços previstos na concessão incluem dragagem, gestão ambiental, monitoramento hidrológico e melhorias nas travessias. O objetivo é garantir a navegação contínua durante todo o ano, com uma gestão hidroviária estruturada.
Apesar de o trecho norte da hidrovia, entre Cáceres (MT) e Corumbá (MS), não estar incluído na concessão, o Ministério afirmou que ações de dragagem de manutenção continuam sendo realizadas. O trecho conta com licença ambiental vigente e já passou por obras de manutenção para garantir a segurança do transporte fluvial.
O deputado estadual Paulo Duarte (PSB-MS) acompanha de perto o processo e acredita que o leilão acontecerá ainda no segundo semestre. Ele reforça a importância da concessão para a logística da região e para o desenvolvimento sustentável, destacando que a dragagem é essencial para a segurança do transporte fluvial.
O senador Nelsinho Trad (PSD-MS) também vê com otimismo o projeto, desde que respeite os critérios ambientais e técnicos exigidos. Ele acredita que a concessão impulsionará o desenvolvimento de Mato Grosso do Sul e fortalecerá a Rota Bioceânica, facilitando o acesso aos mercados do Pacífico com maior eficiência e menor impacto ambiental.
Aline Guedes, professora de Logística do UniArnaldo, vê a concessão do Tramo Sul como uma solução importante para os gargalos logísticos do Centro-Oeste. Ela destaca que a iniciativa, ao ser financiada pela iniciativa privada, representa um avanço para o transporte sustentável no Brasil.
Além disso, a concessão deve ajudar a aliviar a pressão sobre as rodovias do Estado, que ainda respondem por mais de 70% do escoamento de cargas. Aline prevê um aumento significativo na movimentação de cargas pela hidrovia nos próximos anos, projetando que a capacidade de transporte triplicará até 2030.
Investimentos no Setor Aeroportuário
O Ministério de Portos e Aeroportos também anunciou investimentos de R$ 280 milhões para modernizar os aeroportos de Campo Grande, Corumbá e Ponta Porã. As obras, que incluem reformas nos terminais de passageiros e nos pátios de aeronaves, devem ser concluídas até o segundo semestre de 2026. Além disso, o aeroporto de Dourados já passou por uma ampliação da pista e do pátio de aeronaves, com investimentos de R$ 97 milhões.