Objetivo é orientar moradores e turistas sobre riscos e condutas adequadas em áreas do Pantanal
Durante coletiva nesta quinta-feira (24), o governador Eduardo Riedel (PSDB) anunciou que o Governo do Estado está preparando uma campanha de conscientização voltada à população e aos turistas que visitam o Pantanal. A iniciativa surge após o ataque fatal de uma onça-pintada que vitimou o caseiro Jorge Ávalo.
Riedel lamentou o ocorrido e afirmou que o Estado vai trabalhar para evitar tragédias semelhantes. “A gente trabalha para prevenir esse tipo de episódio, com conscientização, porque os animais são responsabilidade do Estado”, destacou.
Um dos focos da campanha será alertar sobre práticas de risco, como alimentar animais silvestres. “A gente tem que conscientizar as pessoas dos riscos em determinadas situações. As cenas que a gente vê de turistas jogando comida para onças, chegando perto da margem, são muito perigosas”, completou o governador.
Riedel explicou ainda que a proposta faz parte de um processo educativo, uma vez que o turismo na região é recente. “Era um ambiente onde as pessoas não iam, e hoje estão indo para o turismo selvagem, de pescaria. A gente tem que entender qual é o protocolo adequado para isso”, pontuou.
Captura da onça
A onça-pintada que matou Jorge Ávalo foi capturada pela PMA (Polícia Militar Ambiental) na madrugada desta quinta-feira (24) e levada ao Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), em Campo Grande. A operação, iniciada na segunda-feira (21), mobilizou mais de dez policiais e um biólogo.
Segundo a PMA, o felino – um macho de 94 quilos – passará por exames clínicos e comportamentais. O professor da UFMS, Geanderson Araújo, que acompanhou a ação, disse que o animal está em estado debilitado. “Ela está magra, muito magra. Agora, precisamos avaliar os próximos passos”, afirmou o pesquisador.
Entenda o caso
Jorge Ávalo foi atacado nas primeiras horas de segunda-feira (21). Um guia de pesca, que foi ao rancho onde ele trabalhava para comprar mel, estranhou sua ausência e encontrou vestígios de sangue e pegadas de grande felino. As imagens foram enviadas à PMA e também circularam nas redes sociais.
Mesmo com câmeras de segurança instaladas na propriedade, os equipamentos não estavam funcionando no momento do ataque. A área só é acessível por barco – em uma viagem de cerca de duas horas saindo do porto de Miranda – ou por aeronave. Após confirmarem os indícios, equipes da PMA acionaram o GPA (Grupamento Aéreo da PM) e a Polícia Civil, que enviaram um delegado e um perito ao local para as investigações.