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Quarta-feira, 7 Maio, 2025
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    Direita mira Senado em MS para pressionar STF em 2026

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    Com alianças fortalecidas, grupo ligado a Bolsonaro aposta em duas vagas no Senado para retomar ofensiva contra ministros do Supremo.


    A fusão entre PSDB e Podemos, somada à federação entre PP e União Brasil, colocou o centro-direita de Mato Grosso do Sul em posição privilegiada para 2026. Com apoio à reeleição do governador Eduardo Riedel, o foco do grupo será a disputa pelas duas cadeiras do Estado no Senado — as mais cobiçadas pela direita e extrema-direita.

    O deputado Luiz Ovando (PP), pré-candidato ao Senado, deixou claro o pano de fundo da disputa. “Na eleição de 2026, o mais importante será o cargo de senador. Precisamos retomar o ordenamento jurídico deste país, que infelizmente foi jogado na lata do lixo pelo STF”, declarou. Segundo ele, o Senado será a trincheira da direita para tentar pautar o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal.

    A estratégia tem como principal alvo o ministro Alexandre de Moraes, relator dos processos sobre os atos antidemocráticos de 2022. Dos 60 pedidos de impeachment parados no Senado, ao menos oito miram ministros do STF. Apenas Kassio Nunes Marques, André Mendonça e Cristiano Zanin — indicados por Bolsonaro e Lula — estão fora da lista.

    Entre 2023 e 2024, líderes do Congresso evitaram esse confronto direto. Rodrigo Pacheco e Davi Alcolumbre, ambos presidentes do Senado nesse período, mantiveram os pedidos engavetados. O mesmo ocorreu na Câmara, com Arthur Lira e seu sucessor Hugo Motta. Mas a direita já se articula para que a nova legislatura traga uma guinada institucional.

    De acordo com o cientista político Leonardo Barreto, da UnB, o impeachment será uma das pautas de campanha em 2026. “O PL está puxando a direita para uma crise institucional dentro das regras constitucionais. O impeachment de ministros estará nos palanques. Pode vir uma tsunami por aí”, alertou. O próprio presidente Lula, segundo bastidores, admitiu que trocaria cinco governadores por um senador fiel ao governo.

    Hoje, a direita já tem maioria entre os senadores que não disputarão reeleição em 2026 — 21 dos 27 mantêm posição crítica ao STF. A meta do PL é repetir esse desempenho nas 54 vagas que estarão em disputa, usando a força de 2022, quando elegeu a maior bancada no Senado, para expandir sua influência.

    Em Mato Grosso do Sul, o nome mais forte para o Senado é o do ex-governador Reinaldo Azambuja, que conta com apoio do PSDB e do PL. A segunda vaga deve ir para Giane Nogueira, vice-prefeita de Dourados e esposa do deputado federal Rodolfo Nogueira (PL). Giane é apadrinhada por Jair e Michelle Bolsonaro e participou do ato bolsonarista em abril na Avenida Paulista.

    Tenente Portela, presidente estadual do PL, confirmou que o partido trabalha para eleger Reinaldo e Giane. Ele próprio é suplente da senadora Tereza Cristina, nome forte da direita ruralista e aliada de Riedel. Tereza não deve disputar, mas sua influência ainda pesa na formação da chapa.

    Enquanto isso, nomes como Soraya Thronicke (Podemos) e Nelsinho Trad (PSD) enfrentam dificuldades para viabilizar suas reeleições. Soraya pode até ser deslocada para a disputa da Câmara. Já Simone Tebet (MDB), ministra do Planejamento, quer voltar ao Senado, mas não tem apoio do MDB ou do PT no Estado.

    Outros cotados para a disputa são Gerson Claro (presidente da Assembleia), Marcelo Miglioli (Infraestrutura de Campo Grande), Vander Loubet (PT) e o deputado Geraldo Resende (PSDB), que aguarda uma definição de Azambuja.

    No tabuleiro atual, PSDB e a nova União Progressista (fusão do PP com União Brasil) largam na frente. Juntos, controlam a maioria das prefeituras e têm bancadas expressivas na Assembleia e na Câmara Federal. O MDB, com apenas dez prefeituras e três deputados estaduais, aparece como terceira força.

    A direita já deixou claro: quer o Senado para pressionar o STF, frear pautas progressistas e forçar reformas. O objetivo, até 2027, é conquistar dois terços da Casa e tornar o impeachment uma realidade — ou pelo menos, uma poderosa ferramenta de barganha política.

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