Rosely Henrique afirma que não teve intenção de matar e revela que está longe das drogas desde o crime
No julgamento que acontece nesta terça-feira (7), em Campo Grande, Rosely Henrique voltou a afirmar que estava sob efeito de drogas quando matou o próprio filho. Emocionada, ela disse que se arrepende do que fez e garantiu que, desde então, não usou mais nenhum entorpecente.
A única testemunha ouvida no júri foi a delegada Anne Karine Sanches Trevizan Duarte, titular da DEPCA. Ela contou que Rosely nunca cuidou dos 13 filhos que teve. “Ela não tinha vínculo e nem gostava de ficar com eles. É uma mãe muito fria”, declarou. Segundo Anne, testemunhas relataram que, no dia do crime, Rosely brigava com o marido. O filho tentou defender o padrasto e acabou sendo esfaqueado.
Rosely, por outro lado, apresentou uma versão diferente. Ela disse que realmente discutiu com o ex-marido, mas o filho teria chegado só depois. “Ele tava com um amigo usando cocaína na frente da minha casa. A gente discutiu porque ele me cobrou dinheiro pra comprar mais droga. Eu disse que não tinha e ele começou a me xingar”, contou.
Durante o depoimento, ela mostrou como tudo aconteceu. “Eu fui abrir o portão com a mão direita. A faca tava na mão esquerda. Ele gritava que me odiava. Eu abri o portão com uma mão e, com a outra, dei o golpe. Ele vinha atrás de mim. Eu nem vi onde acertei”, afirmou.
Chorando muito, Rosely ainda disse que não teve intenção de matar. “Nunca pensei em tirar a vida do meu filho. Desde que entrei no presídio, não usei mais droga nenhuma. Pode ser tarde, mas não quero mais saber disso. A droga tirou meu filho de mim.”
O julgamento é conduzido pelo juiz Aluizio Pereira dos Santos. O promotor Felipe Blos Orsi representa a acusação, e o defensor público Rodrigo Antonio Stochiero Silva cuida da defesa. A decisão final sobre a condenação ou absolvição deve sair ainda hoje.
Desde o dia 28 de maio, Rosely está internada numa clínica de reabilitação em Campo Grande. Um laudo psiquiátrico aponta que ela sofre de transtornos causados pelo uso de várias drogas. Por isso, foi considerada semi-imputável, ou seja, com capacidade reduzida de entender a gravidade do que fez.