Segundo o MP, licitação foi manipulada para favorecer empresa e causou prejuízo aos cofres públicos
A Justiça de Mato Grosso do Sul decidiu manter a ação de improbidade contra dois ex-servidores da Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande. O ex-secretário Jamal Mohamed Salem e o ex-coordenador do SAMU, José Eduardo Cury, são acusados de fraudar uma licitação em 2014 e causar prejuízo de R$ 2 milhões.
De acordo com o Ministério Público, a dupla teria inserido cláusulas restritivas e mudado o critério de julgamento do edital. Essas alterações favoreceram diretamente a empresa Health Brasil Inteligência em Saúde Ltda, que venceu a concorrência. Além disso, a quantidade de equipamentos comprada foi considerada exagerada e parte do material adquirido sequer teve utilidade prática.
Outro ponto que chama atenção na denúncia é a evolução patrimonial dos envolvidos. Entre 2015 e 2016, Jamal e Cury acumularam bens acima da capacidade que seus salários permitiriam. A diferença foi estimada em mais de R$ 1 milhão para Jamal e R$ 335 mil para Cury.
Esses indícios serão analisados com uma perícia contábil, que vai verificar se houve superfaturamento nos contratos e se o município realmente teve prejuízo.
Em nota, Jamal afirmou que a licitação seguiu uma tabela nacional de preços e que a defesa vai provar que não houve irregularidades. Ele acredita que tudo será esclarecido ao longo do processo.