Marcos Roberto de Almeida, o “Tuta”, foi capturado com identidade falsa e deportado ao Brasil sob forte esquema de segurança
Apontado como o novo líder da facção criminosa PCC após a prisão de Marcola, o criminoso Marcos Roberto de Almeida, conhecido como “Tuta”, foi entregue à Polícia Federal na manhã deste domingo (18), na fronteira entre a Bolívia e Corumbá (MS). A operação mobilizou mais de 50 agentes e contou com reforço de diversas unidades de segurança.
Tuta foi capturado no sábado (17), ao tentar renovar a Cédula de Identidade Estrangeira usando o nome falso de Maicon da Silva. O flagrante aconteceu em um centro comercial da Bolívia. Policiais locais perceberam que o documento era falso e acionaram a Interpol e a Polícia Federal brasileira em Santa Cruz de la Sierra. A prisão foi executada pela Força Especial de Luta Contra o Crime Organizado (FELCC).
A entrega às autoridades brasileiras ocorreu por volta das 6h da manhã, na linha internacional. Após os trâmites, Tuta foi escoltado até o Aeroporto Internacional de Corumbá, de onde seguiu em um avião da PF com destino a Brasília. A decolagem aconteceu pouco antes das 12h20.
Segundo o Ministério Público de São Paulo, Marcos assumiu o comando do PCC após a transferência de Marcola para um presídio federal em 2019. Embora já integrasse a alta cúpula da facção, ele teria sido oficialmente indicado por Marcola como o novo líder tanto dentro quanto fora dos presídios.
Em 2020, Tuta foi um dos principais alvos da operação Sharks e passou a ser considerado foragido. Na época, o MP confirmou que ele possuía cargo diplomático no consulado de Moçambique em Belo Horizonte, o que facilitava sua movimentação internacional. Além disso, investigações revelaram conexões do criminoso com redes operantes no Paraguai, na Bolívia e na África.
No mesmo ano, circularam rumores de que ele havia sido morto pelo chamado tribunal do crime após ordenar execuções sem autorização. Contudo, o Ministério Público descobriu que a falsa informação servia apenas para despistar as autoridades.
Atualmente, Tuta tem duas ordens de prisão em aberto e já foi condenado a mais de 12 anos por associação criminosa e lavagem de dinheiro. Ele também é investigado por levantar dados de policiais e autoridades que poderiam ser alvos da facção, além de planejar o resgate de lideranças do PCC.