Unidades da BRF, Bello Alimentos e Seara foram afetadas pela medida que segue protocolo sanitário internacional
Três frigoríficos de Mato Grosso do Sul tiveram as exportações de carne de frango suspensas pela China desde sábado (17), após a confirmação de um foco de gripe aviária em uma granja comercial no Rio Grande do Sul. A decisão atinge as unidades da BRF S.A., em Dourados; da Bello Alimentos Ltda, em Itaquiraí; e da Seara Alimentos Ltda, em Sidrolândia.
A suspensão segue o protocolo sanitário firmado entre os dois países e integra uma ação mais ampla da Administração Geral de Alfândegas da China (GACC). Ao todo, 59 unidades brasileiras foram afetadas. A medida veio logo após o Brasil comunicar oficialmente o foco da doença em Montenegro (RS), no último dia 15.
Segundo o Ministério da Agricultura, o Brasil cumpriu com os termos estabelecidos. “Comunicamos à China que respeitamos o protocolo acordado, o que significa a suspensão dos embarques desde 15 de maio”, afirmou o secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua.
Entre janeiro e abril deste ano, a China importou 192 mil toneladas de carne de frango brasileira, movimentando US$ 455 milhões. Por isso, a suspensão causa grande impacto no setor.
Enquanto isso, o Ministério da Agricultura informou que todas as ações previstas no Plano de Contingência estão em andamento. No raio de 10 quilômetros ao redor da granja afetada, as equipes aceleram as vistorias em propriedades rurais. Das 30 propriedades no raio de 3 km, 29 já foram inspecionadas até o domingo (18). Já na zona entre 3 e 10 km, 238 das 510 propriedades passaram por fiscalização.
Na área perifocal, apenas uma suspeita foi identificada, em uma propriedade de subsistência. O caso, segundo o Ministério, está sob controle e não afeta o comércio nem representa risco à segurança dos alimentos inspecionados. As amostras seguem para análise no Laboratório Federal de Campinas, com resultado previsto para esta segunda-feira (19).
Além disso, a granja que registrou o foco já descartou aves e ovos, iniciou a limpeza e segue em desinfecção. Das sete barreiras sanitárias previstas, cinco já operam normalmente. Outras quatro barreiras de desinfecção também começaram a funcionar, com conclusão marcada para o dia seguinte.
O Ministério também acompanha um caso em Aguiarnópolis (TO), mas as análises iniciais apontam baixa chance de infecção por vírus de alta patogenicidade. A situação, até o momento, segue sob controle.
A expectativa do governo brasileiro é de que a China adote o princípio da regionalização, limitando a suspensão apenas ao estado do Rio Grande do Sul. Contudo, até a noite de sexta-feira (17), o país asiático ainda não havia emitido resposta oficial sobre o assunto.
Além das unidades de Mato Grosso do Sul, foram suspensas plantas do Paraná (21), Santa Catarina (14) e Rio Grande do Sul (8).