Fazenda Campo Zélia, em Corumbá, recebe primeiro dos 19 novos equipamentos financiados pelo Governo de MS
A Fazenda Campo Zélia, na região da Nhecolândia, no Pantanal de Corumbá, agora abriga a primeira das 19 novas estações meteorológicas que serão implantadas em Mato Grosso do Sul. O equipamento já está transmitindo dados em tempo real para uma das principais bases climáticas do planeta.
Financiadas com R$ 7,89 milhões do Governo do Estado, as novas estações fazem parte de um plano de ampliação da cobertura meteorológica em território sul-mato-grossense. A instalação da estação na fazenda foi finalizada no domingo (18) e, já na terça-feira (20), os dados passaram a ser enviados automaticamente para a base da NOAA (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica), nos Estados Unidos.
A NOAA coleta informações meteorológicas do mundo todo e as repassa para órgãos nacionais que produzem previsões do tempo, como o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) e o Cemtec (Centro do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul).
Mais precisão no monitoramento climático
A nova estação já mostrou a que veio: foi ela quem registrou a menor temperatura mínima no Estado na manhã do dia 22 de abril, entre todas as estações ativas.
Além dessa, outras sete estações serão implantadas no Pantanal, em regiões como Abobral, Paiaguás e Amolar. Todos os dados coletados vão auxiliar o trabalho técnico de instituições como o Cemtec e o Inmet, além de beneficiar diretamente o planejamento de atividades econômicas como o agronegócio e o turismo.
Os equipamentos medem, com precisão e em tempo real, dados como temperatura, umidade, direção e velocidade do vento, radiação solar e pressão atmosférica. Essas informações são essenciais para prevenir tragédias climáticas, como os incêndios florestais, além de garantir uma gestão mais eficiente dos recursos naturais.
Tecnologia de ponta no campo
De acordo com a meteorologista Valesca Fernandes, coordenadora do Cemtec, a ampliação da rede meteorológica estadual melhora significativamente o acompanhamento das variações climáticas no Pantanal. “Com mais dados, conseguimos ajustar melhor os modelos de previsão e oferecer informações mais precisas à população e aos setores produtivos”, explica.
As estações são compostas por estruturas modernas, como sensores ultrassônicos, dataloggers, painéis solares e sistemas de transmissão via satélite. Cada estação possui torre de 10 metros, sistema de para-raios, sensores de radiação, vento, chuva, pressão e temperatura, além de um abrigo meteorológico adequado.
Rede ampliada
Ao final da instalação de todas as 19 novas unidades, Mato Grosso do Sul terá uma rede robusta com 61 estações meteorológicas: 42 estaduais e 19 federais sob responsabilidade do Inmet.
A expectativa é que essa estrutura permita não só melhores previsões do tempo, mas também uma maior compreensão das mudanças climáticas que afetam o bioma pantaneiro, contribuindo para ações preventivas e sustentáveis.