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    Prestes a “sumir”, PSDB é partido com projeto mais longo no governo de MS

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    Com 12 anos no comando do Estado, partido supera ciclo de alternância que marcava a política sul-mato-grossense

    A política de Mato Grosso do Sul sempre foi marcada pela alternância no comando do governo. Desde a redemocratização, o padrão era simples: cada partido ficava no máximo dois mandatos consecutivos antes de ser substituído. Esse ciclo, no entanto, foi quebrado em 2022, quando o PSDB conseguiu eleger Eduardo Riedel, sucessor de Reinaldo Azambuja, garantindo 12 anos seguidos no poder estadual — algo inédito na história do Estado.

    Essa continuidade transformou o PSDB na maior força política de Mato Grosso do Sul. Atualmente, o partido comanda 44 das 79 prefeituras, além de possuir as maiores bancadas na Assembleia Legislativa, com seis deputados, e três representantes na Câmara Federal. Também ocupa cinco cadeiras na Câmara Municipal de Campo Grande.

    Por outro lado, a situação do partido no cenário nacional é bem diferente. Enfraquecido, o PSDB vem enfrentando uma crise profunda, com perdas expressivas nas últimas eleições. Foi o partido que mais perdeu prefeituras no país, caindo de 525 em 2020 para 269 em 2024 — uma redução de quase 50%.

    Em 2024, o partido sofreu outro baque com a saída dos governadores de Pernambuco, Raquel Lyra, e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, ambos migrando para o PSD. Com isso, Eduardo Riedel se tornou o único governador tucano no Brasil.

    As tentativas de fusão com outros partidos, como o Podemos, também fracassaram. O impasse aconteceu quando o PSDB não aceitou a exigência dos aliados de ceder a presidência da nova legenda à deputada Renata Abreu (SP) por quatro anos. A proposta tucana previa rodízio na liderança, algo que não agradou.

    A história da alternância até o domínio tucano

    O primeiro governador eleito de Mato Grosso do Sul foi Wilson Barbosa Martins (PMDB), em 1983. Após ele, Ramez Tebet assumiu por 10 meses. Na sequência, Marcelo Miranda (PMDB) governou até 1990, quando Pedro Pedrossian (PTB) quebrou a sequência peemedebista.

    O PMDB voltou ao poder em 1994 com Wilson Barbosa Martins e, em 1998, Zeca do PT venceu e ficou dois mandatos. Depois, André Puccinelli (PMDB) assumiu e também ficou oito anos no comando.

    A mudança veio em 2014, quando Reinaldo Azambuja (PSDB) derrotou o grupo de Puccinelli, sendo reeleito em 2018. Em 2022, contrariando a tradição do Estado, o PSDB conseguiu fazer seu sucessor, com a eleição de Eduardo Riedel.

    Ex-governadores analisam o cenário

    Para Zeca do PT, sua eleição em 1998 representou um desejo de mudança. “O Estado estava falido, não pagava nem os servidores. Minha vitória é resultado do fracasso das elites da época. Começamos ali a industrialização e políticas sociais que permanecem até hoje”, afirma.

    Já André Puccinelli (MDB) acredita que sua gestão foi reflexo do bom desempenho como prefeito de Campo Grande. Ele também ressalta que foi pioneiro no fortalecimento dos municípios. “Fomos os primeiros a usar o Fundersul para asfaltar áreas urbanas e dar auxílio às prefeituras”, lembra.

    O ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB) atribui o sucesso tucano à gestão responsável, com reformas importantes, como a da previdência, além de investimentos pesados em saúde, infraestrutura e parcerias público-privadas. “Isso deu condição para o Estado investir e ganhar credibilidade”, afirma.

    Escolhas certas definem o jogo

    Os ex-governadores também apontam que o sucesso ou fracasso na continuidade depende da escolha dos candidatos. Zeca culpa a derrota de seu grupo na época pela escolha de Delcídio do Amaral, que, segundo ele, não tinha o perfil do partido. Já Puccinelli acredita que o MDB perdeu por causa da rejeição a Nelsinho Trad.

    Para Reinaldo, a vitória de Riedel foi consequência natural do trabalho feito. “Mesmo sem ter disputado uma eleição antes, ele era conhecido e respeitado pelos prefeitos, que aprovaram nosso modelo de gestão. Tanto que dos 79 prefeitos, 77 apoiaram ele”, destacou.

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