Estado teve alta de 0,64% entre chegadas e saídas, enquanto vizinhos cresceram até quatro vezes mais
Entre 2017 e 2022, Mato Grosso do Sul registrou saldo migratório positivo de 17.520 pessoas, com 106.122 novos moradores chegando ao estado e 88.267 deixando o território. Apesar do fluxo favorável, o crescimento de 0,64% ficou bem abaixo do desempenho de vizinhos como Mato Grosso (2,8%) e Goiás (2,6%), segundo dados do Censo 2022 divulgados nesta sexta-feira (27) pelo IBGE.
No ranking nacional, MS aparece na 7ª colocação em saldo migratório, bem distante de líderes como Santa Catarina, que teve crescimento de 4,63% no mesmo período.
Na região Centro-Oeste, o saldo total foi de 208,8 mil pessoas, consolidando a segunda maior taxa de ganho populacional do país, atrás apenas do Sul. Atualmente, 26,5% da população do Centro-Oeste nasceu fora da região ou no exterior.
Quando se observa o fluxo internacional, 0,97% dos moradores de MS vieram de outros países até 2022. Os principais grupos foram venezuelanos (4.249 pessoas) e paraguaios (3.065). Em Campo Grande, capital do estado, 1.964 imigrantes chegaram de fora, com destaque também para os venezuelanos (830). Em 2000, o fluxo externo era dominado por paraguaios, japoneses e bolivianos; em 2010, por paraguaios, japoneses e portugueses. Hoje, Venezuela, Paraguai e Bolívia lideram.
A maior parte da migração interna vem de São Paulo: 30.652 pessoas mudaram para MS entre 2017 e 2022. Na capital, foram 7.722 vindos do território paulista. O IBGE aponta o agronegócio como principal motor dessa migração, mas o levantamento não contempla o impulso recente de setores como o da celulose, que deve ampliar ainda mais a chegada de trabalhadores.
Em contrapartida, estados do Sudeste perderam moradores: São Paulo e Rio de Janeiro viram mais gente sair do que chegar. Já o Distrito Federal teve o maior saldo migratório negativo proporcional, com queda de 3,64%.
No cenário nacional, a presença de estrangeiros no Brasil saltou de 592 mil em 2010 para 1 milhão em 2022 — um aumento de 70,3%. A América Latina representa a maior parte dessa população, puxada pela chegada de venezuelanos. O fluxo mudou o perfil histórico da imigração no Brasil, antes dominado por europeus e norte-americanos.


