Governo mantém seleção própria para suprir déficit e ainda discute aplicação do exame nacional
Mesmo tendo aderido à Prova Nacional Docente (PND), criada pelo Ministério da Educação (MEC) para auxiliar na contratação de professores, Mato Grosso do Sul não vai usar, por enquanto, a nota da avaliação como critério para seleção. A informação foi confirmada pela Secretaria de Estado de Educação (SED), que explicou que ainda faltam detalhes do Governo Federal sobre como o processo vai funcionar na prática.
Segundo o presidente da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de MS), Jaime Teixeira, mesmo com a adesão, o uso efetivo da PND ainda é incerto. “O governo estadual vai seguir com o processo seletivo próprio, que acontece antes da PND. O edital da prova nacional nem saiu ainda”, explicou. A PND está marcada para o dia 26 de outubro, com inscrições entre 14 e 25 de julho.
A seleção estadual deve ocorrer na segunda quinzena de setembro ou no início de outubro para preencher vagas temporárias. Hoje, apenas 41% dos professores da rede estadual são efetivos; os outros 59% são convocados. Por isso, a Fetems defende que o foco deve ser a realização de concurso público para mais de 2 mil vagas, garantindo estabilidade.
Para alguns professores, a PND pode ser útil apenas como ferramenta de seleção temporária, economizando recursos com bancas de concurso, mas não substitui o concurso público. Já outros profissionais, como a professora Ludmila Batista, criticam o formato nacional por não respeitar as especificidades locais. “A concorrência será nacional, mas cada Estado tem conteúdos e realidades diferentes”, disse.
O MEC afirma que o objetivo é criar um banco de profissionais habilitados para a educação básica, mas o uso da nota será opcional para estados e municípios. Para 2026 e 2027, a Fetems já adiantou que as notas da PND não serão usadas para novas convocações.
Assim, por ora, Mato Grosso do Sul segue com processo seletivo estadual, mais alinhado à realidade local e à demanda imediata por professores.


