Governador defende negociação diplomática para conter impactos e reforça que sobretaxa é ruim para empresas locais
O governador Eduardo Riedel afirmou nesta sexta-feira (11) que a possível sobretaxa anunciada pelo presidente Donald Trump sobre produtos brasileiros é “muito ruim para o Brasil” e atinge diretamente Mato Grosso do Sul. Para ele, apesar de não ser uma surpresa, a medida ameaça exportadores e empresas do Estado.
No ano passado, Mato Grosso do Sul embarcou quase US$ 700 milhões em produtos para os Estados Unidos, fatia que correspondeu a 6% de todas as vendas externas sul-mato-grossenses. Só no primeiro semestre deste ano, foram US$ 315,5 milhões, uma alta de 11,4% em relação a 2024, apesar da quantidade embarcada ter caído.
Riedel destacou que, mesmo não sendo o principal destino — a China segue líder com 47% — o mercado norte-americano é estratégico. “Atinge diretamente esses empresários, as empresas que estão aqui”, afirmou, defendendo uma resposta baseada no diálogo.
O governador ressaltou que o Brasil tem superávit na balança com os EUA, o que, segundo ele, fortalece o argumento para negociação diplomática e enfraquece uma das justificativas dadas por Trump. “É ruim, muito ruim para os negócios brasileiros e para Mato Grosso do Sul, mas a gente tem que superar esse momento”, frisou.
Em meio à queda de setores como celulose (-7,5%) e ferro-gusa (-37,6%), a carne bovina puxou o desempenho positivo, com alta de 78% no faturamento, respondendo por 46% do total exportado aos EUA. Riedel, no entanto, alertou que essa concentração deixa o Estado vulnerável a mudanças no consumo e barreiras sanitárias.
Por fim, o governador demonstrou confiança em uma saída para o impasse. “Acredito que a gente vá buscar uma solução por meio do trabalho da nossa diplomacia comercial”, completou.


