Campo Grande e Porto Velho mantêm mais de 250 detentos; maioria cumpre pena por roubo e tráfico
Campo Grande (MS) e Porto Velho (RO) abrigam hoje o maior número de detentos do sistema federal. Cada penitenciária tem 130 presos, somando 260 internos sob regime de segurança máxima.
Os dados foram divulgados pela Fiquem Sabendo, que pediu as informações ao Ministério da Justiça pela Lei de Acesso à Informação. O levantamento, extraído do Siapen entre 25 e 27 de junho, mostra 549 presos em todas as cinco unidades federais do Brasil. Brasília tem o maior número de vagas ociosas, com 76 internos. Em seguida vêm Catanduvas (PR), com 125, e Mossoró (RN), com 88.
Entre os presos em MS estão Rogério de Andrade, contraventor do RJ, e Márcio Nepomuceno, o Marcinho VP, chefe do Comando Vermelho. Fernandinho Beira-Mar, que já passou por MS, cumpre pena hoje em Catanduvas.
A maioria responde por roubo (145) ou tráfico (107). Também há condenados por latrocínio, associação criminosa, sequestro, porte de arma ilegal, uso de documentos falsos e até remoção de órgãos de cadáver.
Segundo o levantamento, 508 já foram condenados, 28 seguem provisórios e 13 não tiveram situação informada. São Paulo é o estado com mais presos enviados ao sistema federal (68), seguido de Pará (61), Rio de Janeiro (52), Mato Grosso do Sul (40) e Rio Grande do Norte (32).
Os presídios federais foram criados para isolar líderes de facções e presos de alta periculosidade. Com celas individuais, som ambiente gravado e monitoramento por vídeo, a estrutura visa evitar fugas, rebeliões e comandos de dentro da cadeia. As transferências são medidas excepcionais, solicitadas por juízes, promotores ou, em alguns casos, até pelo próprio preso.
Hoje, diferente das superlotadas cadeias estaduais, o sistema federal ainda funciona com vagas livres, reforçando o controle sobre quem representa ameaça maior à segurança pública.


