Estado ocupa 9º lugar no ranking nacional, com destaque para inovações no agronegócio, saúde e impacto ambiental
Mato Grosso do Sul se consolida como referência em inovação no Centro-Oeste, liderando a região com 595 startups cadastradas, segundo dados do Observatório Sebrae Startups. O número é superior ao registrado em Mato Grosso (525), Distrito Federal (481) e Goiás (327). No ranking nacional, o Estado aparece em 9º lugar, ficando atrás apenas de unidades como São Paulo, Santa Catarina e Minas Gerais.
As startups sul-mato-grossenses estão espalhadas por 34 municípios, com destaque para Campo Grande, Aquidauana (32), Dourados (27), Três Lagoas (20), Chapadão do Sul (17) e Bonito (15). Segundo Leandra Costa, gerente do Living Lab do Sebrae/MS, o cenário local favorece o surgimento de novos negócios, graças à formação de profissionais qualificados, políticas públicas de incentivo e uma crescente mentalidade empreendedora.
Um dos principais segmentos em ascensão é o agronegócio, que já conta com 82 startups no Estado. Um exemplo é a PecSense, especializada em inteligência para reprodução bovina. A empresa surgiu de uma pesquisa universitária e hoje fornece um equipamento acessível para medir prenhez animal, concorrendo com tecnologias importadas.
Outros setores em destaque incluem impacto socioambiental (61), alimentos e bebidas (57), saúde e bem-estar (56), além de TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação), também com 56 empreendimentos.
Ainda conforme o levantamento, 341 startups estão em fase inicial e ainda não faturam. Por outro lado, 171 empresas já registram rendimentos entre R$ 80 mil e R$ 360 mil. Em relação ao modelo de negócios, 256 adotam venda direta e 147 funcionam com assinaturas (SAAS). Quanto às tecnologias utilizadas, 243 contam com inteligência artificial e machine learning.
Leandra reforça que o caminho até o sucesso exige estudo e persistência, já que uma startup pode levar de um a cinco anos para se consolidar. Por isso, muitos empreendedores buscam sócios e fontes de renda paralelas.
A pandemia acelerou a digitalização dos negócios, e a inteligência artificial tem sido peça-chave para democratizar o acesso à tecnologia. Além disso, políticas públicas como a nova Lei 14.133 têm facilitado a contratação de soluções inovadoras pelo poder público, fortalecendo ainda mais o ecossistema de inovação.
Por fim, a gerente lembra que até mesmo o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruk, destacou recentemente a importância das startups como aliadas da modernização e da eficiência administrativa no Estado.


