Levantamento busca apurar concessões feitas durante governo de Vanda Camilo, alvo de escândalos e denúncias de corrupção
A Prefeitura de Sidrolândia iniciou um levantamento sobre incentivos fiscais, concessões de uso e outros benefícios concedidos durante a administração da ex-prefeita Vanda Cristina Camilo (PP). A apuração ocorre em meio às polêmicas envolvendo denúncias de corrupção e irregularidades no fim da gestão passada.
Conforme nota oficial, o levantamento está em andamento e ficará a cargo do Condeis (Conselho Municipal de Desenvolvimento Econômico e Industrial de Sidrolândia), cuja nova diretoria assumiu em março de 2025.
Segundo a gestão atual, liderada pelo prefeito Rodrigo Basso (PL), o objetivo é apurar o valor total dos incentivos, identificar as empresas beneficiadas, verificar contrapartidas assumidas e analisar se os processos seguiram a legalidade.
De acordo com o secretário de Inovação, Tecnologia, Ciência e Comunicação, Denis Levati, o montante ainda não foi levantado e, por isso, nenhum dado foi divulgado até agora. No entanto, a prefeitura garantiu que eventuais irregularidades poderão resultar na revisão das concessões, desde que respeitados os critérios legais e o interesse público.
Impasse judicial com a Inpasa
Paralelamente, o município enfrenta um embate na Justiça com a Inpasa Agroindustrial S/A, maior produtora de etanol de milho da América Latina. A empresa entrou com ação contra a prefeitura para garantir isenção de R$ 25,9 milhões em ISS (Imposto Sobre Serviços), aprovada durante a gestão anterior por meio da Lei Complementar nº 183/2023.
Apesar da lei estar em vigor, a empresa afirma que o sistema da prefeitura não permitia a emissão de notas fiscais com isenção, obrigando o lançamento com o imposto e posterior solicitação de “homologação da isenção” para cancelamento do débito. O município tem até 19 de agosto para apresentar sua defesa.
Escândalos e investigação
A revisão dos benefícios ocorre em um cenário de crise e investigação criminal, com foco na Operação Tromper, do Gaeco e Gecoc, que apuram um suposto esquema de fraudes em licitações e desvios milionários com empresas de fachada e contratos superfaturados.
O principal investigado é Claudinho Serra, ex-secretário de Fazenda e genro da ex-prefeita, preso desde 5 de junho. Ele já foi denunciado junto com outras 13 pessoas. Embora Vanda Camilo ainda não tenha sido formalmente denunciada, vários integrantes de sua equipe foram exonerados. Ela nega envolvimento e diz ter colaborado com o Ministério Público.
A atual gestão reforça o discurso de transparência e responsabilidade fiscal, e afirma que o levantamento é fundamental para assegurar que os benefícios concedidos realmente gerem retorno à população.


