Justiça mantém processo contra membros do MTS, grupo ligado ao PCC no jogo do bicho em MS
A Justiça de Mato Grosso do Sul negou os pedidos de anulação do processo, absolvição sumária e revogação das prisões de integrantes do MTS, grupo criminoso responsável por operar o jogo do bicho e máquinas caça-níqueis no Estado. A decisão foi proferida pelo juiz Márcio Alexandre Wust, da 6ª Vara Criminal de Campo Grande, que também indeferiu o pedido de justiça gratuita feito pelos réus.
O grupo MTS é apontado como um braço da estrutura paulista do Primeiro Comando da Capital (PCC), atuando na contravenção penal com origem em São Paulo. A organização teria se instalado em Campo Grande e estendido sua atuação para outros municípios e estados, com o objetivo de sustentar a operação do jogo ilegal.
Os 26 réus enfrentam ação penal decorrente da Operação Forasteiros, deflagrada em setembro de 2023 pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) em parceria com a Polícia Civil, por meio do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado). A investigação durou cerca de nove meses e revelou uma complexa rede de contravenções e crimes associados.
O magistrado já marcou as audiências de instrução e julgamento, que serão realizadas em oito sessões a partir de 1º de setembro. Ele também determinou a produção antecipada de provas testemunhais, com o objetivo de evitar o desaparecimento de testemunhas. A Defensoria Pública foi designada para acompanhar os depoimentos, garantindo a legalidade do processo.
Além disso, o juiz autorizou a realização de uma perícia de identificação de voz, solicitada por dois dos réus. O prazo para conclusão do laudo é de dez dias.
Durante a deflagração da Operação Forasteiros, as autoridades cumpriram sete mandados de prisão preventiva e 30 mandados de busca e apreensão em diversas cidades, incluindo Campo Grande, Aquidauana, São Paulo (SP), Marília (SP), Pompeia (SP) e Araguaína (TO). Os alvos da ação integravam uma rede que explorava jogos de azar com forte estrutura logística e suposto envolvimento em outros crimes associados, como forma de garantir a manutenção da atividade criminosa.


