MS descarta ação estadual contra tarifa dos EUA e aposta em adaptação das indústrias
Diante do aumento das tarifas anunciadas pelo governo dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, o governo de Mato Grosso do Sul informou que não pretende criar um programa estadual específico para amenizar os impactos da medida sobre a economia local. A informação foi confirmada pelo secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, em entrevista ao Campo Grande News.
Conhecida como “tarifaço de Trump”, a medida atinge diretamente as exportações de carne bovina, produto de grande peso na balança comercial sul-mato-grossense. No entanto, segundo o secretário, as indústrias frigoríficas locais já estariam se adaptando, buscando alternativas de mercado para manter o ritmo de exportação.
“Temos cinco frigoríficos desabilitados para exportar aos EUA. Estamos entendendo que, especificamente para MS, as empresas conseguirão contornar, redirecionando parte da produção para mercados como Chile e China”, explicou Verruck. A mudança de foco pode amenizar os efeitos do aumento tarifário, segundo avaliação do governo estadual.
Enquanto São Paulo criou uma linha emergencial de crédito de R$ 200 milhões para exportadores, Verruck afirmou que medidas como essa seriam pouco viáveis no cenário de Mato Grosso do Sul. “É um valor que atinge um número pequeno de empresas. Aqui, a escala exigida pelas grandes indústrias inviabiliza uma ação estadual nesse modelo”, explicou.
Com isso, a expectativa recai sobre ações do governo federal, que já sinalizou que pode lançar um plano de contingência com linhas de crédito voltadas a setores afetados pelas novas tarifas, incluindo carne, café e outros produtos agroindustriais.
Entre os produtos exportados por Mato Grosso do Sul, a carne bovina segue como o item mais afetado pelas mudanças. Em contrapartida, outros itens relevantes como celulose e ferro-gusa foram poupados da lista de sobretaxas anunciada pelos Estados Unidos.


