Um relatório do Tesouro Nacional aponta que o gasto com servidores públicos em Mato Grosso do Sul representa 59% da receita total. O percentual, com efeito, está a apenas um ponto do limite da Lei de Responsabilidade Fiscal. Para equilibrar as contas, o governo já decretou corte de gastos.
Mato Grosso do Sul aparece em terceiro lugar entre os estados com maior participação nas despesas com pessoal. Elas representam 59% em relação à receita total do Estado no 3º bimestre de 2025. O dado preocupante, em suma, é que o Estado se aproxima a apenas um ponto do limite máximo do gasto permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Os dados constam do Relatório Resumido de Execução Orçamentária em Foco dos Estados + DF, que o Tesouro Nacional publicou nesta quarta-feira (20).
A receita corrente do Estado somou R$ 12,7 bilhões no período, uma alta de 9% em relação ao ano passado. Já a despesa corrente do Estado alcançou R$ 11,33 bilhões, um aumento de 16% na comparação com o 3º bimestre de 2024.
Nesse indicador, o Rio Grande do Norte lidera o ranking, com 72%. O Rio Grande do Sul vem em seguida, com 63%. Mato Grosso do Sul está em terceiro, com 59%, quase batendo no teto de 60%. Entre os estados com menores gastos proporcionais estão Espírito Santo (41%) e Amapá (42%).
Em outro indicador, Mato Grosso do Sul se destaca no pagamento de Restos a Pagar, liderando, ao lado de Pará e Distrito Federal, com 81% quitados. Por outro lado, o estado apresenta um dos menores percentuais de gastos relativos em saúde, com 9% da receita total.
Corte de gastos
No dia 4 de agosto, o governo de Mato Grosso do Sul anunciou um decreto de contingenciamento. A medida prevê corte de até 25% nas despesas de custeio. A ação foi uma resposta à pressão sobre as contas públicas. O governador Eduardo Riedel destacou que o objetivo da medida é preservar os investimentos, que somam mais de R$ 2,5 bilhões por ano.
O governo optou por reduzir despesas em vez de aumentar impostos. O corte atinge gastos com combustível, energia, água e reformas, entre outros. A folha, a previdência e a queda na arrecadação do ICMS do gás natural agravaram a situação. Apesar disso, o governo mantém a promessa de não elevar tributos.


