O Ibama acompanhará de perto as passarelas de fauna na BR-262, rodovia que mais registra mortes de animais em Mato Grosso do Sul. O objetivo, em suma, é garantir que as estruturas funcionem corretamente e que o número de atropelamentos caia.
O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) vai acompanhar de perto as passarelas de passagem de fauna que estão sendo implantadas na BR-262. A rodovia, com efeito, é a que mais registra morte de animais silvestres no Estado.
A informação foi confirmada ao Campo Grande News pelo presidente do órgão, Roberto Agostinho, nesta terça-feira (26). Segundo ele, o monitoramento é fundamental para avaliar a efetividade das estruturas e apontar a necessidade de novas intervenções. “Pode ser que os animais ainda insistam em passar por locais onde não há passagem e, nesse caso, novas estruturas poderão ser propostas dentro do projeto”, explicou.
Além das passagens subterrâneas, as obras na rodovia incluem outras medidas para reduzir os atropelamentos de animais. Por exemplo, o cercamento de trechos e a limpeza de acostamentos. “O acostamento limpo é importante porque dá tempo de o motorista frear. Quando a vegetação está rente à pista, o animal aparece de repente e muitas vezes é impossível evitar a colisão”, ressaltou Agostinho.
O presidente do Ibama destacou ainda que o problema é antigo e grave. “As rodovias do Mato Grosso do Sul e do Mato Grosso são uma verdadeira carnificina”, afirmou. Entre maio de 2023 e abril de 2024, 2,3 mil animais silvestres morreram em um trecho de 350 quilômetros da BR-262. O levantamento, por sua vez, foi feito pelo Instituto de Conservação de Animais Silvestres (ICAS).
Agostinho defende que a iniciativa seja ampliada para outras rodovias. “Aqui demorou demais para acontecer, mas a gente fica muito feliz e espera que isso tenha uma expansão, inclusive para as rodovias estaduais”, disse ele. De acordo com Agostinho, a implantação de passagens de fauna em rodovias novas já é obrigatória. No entanto, em trechos mais antigos, como a BR-262, o processo avançou apenas recentemente, após diálogo com o DNIT.


