Um boletim da Aprosoja revela que 43 dos 55 pontos de monitoramento em Mato Grosso do Sul registraram déficit hídrico em agosto. O volume acumulado, com efeito, ficou abaixo da média em grande parte das regiões, e a previsão para os próximos meses é de chuvas irregulares e temperaturas acima do normal.
Mato Grosso do Sul encerrou agosto com déficit hídrico em 43 dos 55 pontos monitorados, segundo um boletim da Aprosoja (Associação de Produtores de Soja). Os volumes acumulados variaram entre 15 e 90 milímetros na maioria das regiões, abaixo da média histórica. Apenas Mundo Novo destoou, com 97 mm de chuva.
As anomalias de precipitação atingiram sobretudo as regiões Sul, Sudeste e Sul-Fronteira. Nesses locais, o SPI (índice padronizado de precipitação) apontou seca fraca a moderada. Municípios como Naviraí, Iguatemi, Amambai e Coronel Sapucaia registraram déficits importantes. No Pantanal, por sua vez, o cenário foi diferente: Corumbá e Aquidauana ficaram próximos da média.
O boletim lista os 43 municípios em que a chuva ficou abaixo do esperado. Entre eles estão Campo Grande, Dourados, Ponta Porã, Três Lagoas e Maracaju.
Apesar do cenário adverso, a produtividade média estadual está estimada em 112,7 sacas por hectare. A produção prevista é de 14,2 milhões de toneladas, uma alta de 68,2% em relação à safra passada. Segundo a entidade, o resultado reflete o bom desempenho das lavouras plantadas entre fevereiro e março, que foram beneficiadas pelas chuvas de abril. No entanto, a estiagem e as altas temperaturas ameaçam o fim do ciclo.
Para os próximos meses, a previsão é de chuvas irregulares e temperaturas acima da média histórica. O trimestre de setembro a novembro pode registrar máximas de até 38°C em regiões como o Pantanal e o Bolsão. A Aprosoja alerta que os produtores devem redobrar a atenção, já que o fenômeno El Niño deve permanecer neutro.


