Em 2025, o MP, Gaeco e PF deflagraram uma série de operações para combater fraudes em licitações e uso de empresas de fachada. As investigações miraram prefeituras, como Terenos e Bonito, apontando desvios de recursos e contratos superfaturados em obras e serviços essenciais.
Ao menos sete prefeituras de Mato Grosso do Sul foram alvo de operações de combate à corrupção entre janeiro e outubro de 2025. As ações, com efeito, envolveram o Ministério Público Estadual, o Gaeco, o Gecoc, a Polícia Civil e, em alguns casos, a Polícia Federal. As investigações apontaram fraudes em licitações, desvios de recursos e uso de empresas de fachada em contratos públicos que somam milhões de reais.
Prefeituras Alvo e Esquemas Investigados
| Operação | Municípios Alvo | Crimes e Fraudes |
| Malebolge | Água Clara e Rochedo | Servidores direcionaram licitações de merenda escolar e manutenção predial para empresas ligadas a parentes. |
| Spotless | Terenos | Prefeito (preso) suspeito de liderar organização criminosa que fraudava contratos de limpeza, transporte e obras, com sobrepreço de mais de R$ 15 milhões. |
| Águas Turvas | Bonito | Fraudes em licitações de obras e serviços de engenharia desde 2021, com simulação de concorrência para direcionar contratos. Secretário de Finanças e coordenadora de licitações foram presos. |
| Vaga Zero | Selvíria | Desvios em contratos de transporte de pacientes do SUS e serviços médicos de sobreaviso. Empresa contratada (R$ 1,45 milhão) sequer funcionava no endereço informado. |
| Copertura | Miranda | Fraudes sistemáticas em licitações desde 2020, com conluio de empresários e servidores, usando empresas sem funcionários ou sede para contratos de construção e fornecimento de materiais. |
| Fake Cloud | Itaporã | Fraude em contratações por dispensa de licitação para fornecimento de licenças de sistemas de backup em nuvem, com direcionamento a uma empresa específica. |
Padrão e Consequências
As operações revelam um padrão recorrente de atuação: manipulação de licitações, contratos com empresas de fachada, repasses indevidos e participação de servidores em conluio com empresários. Os setores mais afetados foram Administração, Finanças, Obras, Saúde e Tecnologia da Informação.
Em todas as prefeituras investigadas, as autoridades realizaram buscas na sede do executivo e nas secretarias envolvidas. Houve, além disso, afastamentos de servidores e bloqueio de bens dos investigados, em um esforço contínuo dos órgãos de controle para desarticular as redes de corrupção.


