O desembargador Jairo Roberto de Quadros determinou a indisponibilidade de bens do ex-prefeito Henrique Budke e de empresários. A Operação Spotless apurou fraudes sistemáticas em licitações de R$ 16,5 milhões.
A Justiça determinou o bloqueio e a indisponibilidade de bens de até R$ 10 milhões, de forma solidária, de todos os investigados na Operação Spotless. A medida atinge dezenas de pessoas físicas e jurídicas denunciadas pelo MPMS por fraudes sistemáticas em licitações que somaram R$ 16,5 milhões no município de Terenos. A ação levou à prisão e à renúncia do então prefeito, Henrique Wancura Budke.
O desembargador Jairo Roberto de Quadros, do Tribunal de Justiça, deu a ordem. A determinação inclui o bloqueio via Sisbajud (Sistema de Busca de Ativos do Poder Judiciário). Além disso, o magistrado autorizou o sequestro de imóveis até atingir o limite imposto.
Novas Restrições e o Esquema
Três empresários — Arnaldo Godoy Cardoso Glagau (Agpower Engenharia), Rogério Luís Ribeiro (Marsoft Informática) e Rinaldo Cordoba de Oliveira (Tecnika Construção) — passaram a usar tornozeleira eletrônica. O trio também está proibido de entrar em qualquer dependência da Prefeitura de Terenos e de contratar com o Poder Público.
Segundo o Ministério Público, Budke transformou a Prefeitura em um “balcão de negócios”. O grupo articulava fraudes para favorecer empresas previamente combinadas. A acusação afirma que o grupo continuou atuando mesmo depois da Operação Velatus, deflagrada em 2023.
A denúncia mostra que 11 licitações foram direcionadas por meio de propina e divisão de obras entre as empresas participantes. Os contratos envolviam reformas de ESFs, escolas, pavimentação e outros serviços públicos. As empresas se revezavam para garantir que todos os integrantes fossem beneficiados.


