O ministro Alexandre Padilha afirmou que a vacina Butantan-DV traz “muita esperança” devido à dose única e à alta eficácia. A reunião com secretários estaduais acontecerá hoje (27), e a expectativa é iniciar a aplicação em dezembro e incorporar o imunizante ao calendário nacional em janeiro.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou nesta quinta-feira (27) que o governo federal se reunirá hoje com secretários estaduais. O objetivo é definir os próximos passos da Butantan-DV, vacina de dose única contra a dengue que a Anvisa aprovou ontem.
A reunião deve apresentar resultados técnicos ao conjunto dos gestores. Em seguida, a expectativa é que o comitê de especialistas tome a decisão final na próxima segunda-feira (1º).
Padilha reforçou que a dose única é um dos principais diferenciais do imunizante. “Essa vacina nos traz muita esperança por duas características dela. Primeiro, que é uma dose, isso ajuda muito na adesão. […] Quem tomou uma dose durante cinco anos ficou protegido, mais de 90% não teve caso grave”, disse.
Segundo o ministro, há cerca de 1 milhão de doses prontas para uso, com expectativa de ampliar para 35 milhões em 2026.
Produção e Desafios
O Instituto Butantan, com apoio da empresa chinesa WuXi, produz a vacina integralmente no Brasil. “Eu mesmo fui pessoalmente à China, deixar clara a posição do Ministério da Saúde, para que essa capacidade de ampliação da produção possa fazer com que essa vacina enxergue o mais rápido possível o braço do povo brasileiro”, afirmou Padilha.
O ministro afirmou que a expectativa é iniciar a aplicação em um grupo específico ainda em dezembro. O imunizante seria incorporado ao calendário nacional a partir de janeiro. Ele destacou, no entanto, que o maior desafio não é logístico, mas informacional. “Hoje eu diria que o nosso maior desafio, infelizmente, são as campanhas antivacinas. Tem gente que espalha mentira, espalha fake news”, declarou.
Ainda assim, ele destaca que a dengue tem se espalhado cada vez mais devido às mudanças climáticas. Por isso, é preciso manter os cuidados de sempre, como não manter água parada. “Mais de 80% dos criadouros estão dentro da casa das pessoas”, alertou Padilha.


