PT nacional avalia candidatura da ministra por São Paulo para evitar racha no estado; Fábio Trad condiciona permanência na disputa ao governo à resolução do impasse.
A estratégia eleitoral do campo progressista em Mato Grosso do Sul entrou em rota de colisão devido à indefinição da ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB). O ponto central da tensão é o desejo da ministra de manter um “palanque duplo”: apoiar o presidente Lula (PT) nacionalmente e o governador Eduardo Riedel (PP) no estado.
Para a cúpula do PT sul-mato-grossense e para o pré-candidato ao governo, Fábio Trad, essa ambiguidade é politicamente inviável e pode esvaziar a militância lulista em um estado já marcado pelo forte sentimento conservador.
🚩 Os Dilemas do Palanque em Mato Grosso do Sul
A situação criou um cenário de “esquizofrenia política”, onde diferentes interesses se chocam:
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O PT de MS: Rejeita qualquer aliança com Riedel, visto como alinhado à direita bolsonarista. O partido teme ficar sem candidato próprio ao governo caso Simone force uma neutralidade.
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Fábio Trad: O advogado e ex-deputado afirma que sua candidatura está “em suspenso” até que Lula e a direção nacional do PT resolvam o papel de Simone.
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O MDB de MS: Também resiste à candidatura de Simone pelo estado, mas por motivo oposto: a maioria do partido não quer abrir palanque para Lula e prefere seguir com a coalizão de Riedel.
🛰️ Direção Nacional e a “Opção São Paulo”
Diante do risco de racha, o presidente nacional do PT, Edinho Silva, assumiu a condução das negociações. Uma das alternativas mais fortes nos bastidores é transferir a candidatura de Simone Tebet ao Senado para São Paulo.
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Vantagem: Evitaria o confronto direto entre a base lulista e o governo estadual em MS.
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Organização: Permitiria que Fábio Trad liderasse um palanque 100% alinhado a Lula no estado.
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Logística: Consolidaria Simone como uma figura de projeção nacional no maior colégio eleitoral do país.
💬 “Seria catastrófico”, afirma Fábio Trad
Em entrevista, Fábio Trad foi contundente sobre a hipótese de Simone pedir votos simultaneamente para Lula e Riedel:
“Seria catastrófico para o presidente Lula, porque haverá embate entre o campo progressista engajado na candidatura estadual e ela. Se houver essa posição dúbia, vai causar ruído na militância.”
Trad tem uma reunião marcada com o presidente Lula em janeiro de 2026 para definir se o Palácio do Planalto quer, de fato, priorizar um palanque puro e ideológico em Mato Grosso do Sul ou se aceitará as concessões pragmáticas propostas por Tebet.


