Para um candidato chegar à Casa Branca, ele precisa alcançar 270 dos 538 delegados; na história, cinco presidentes americanos perderam no voto popular, mas venceram as eleições
O sistema eleitoral dos Estados Unidos é um pouco diferente do que estamos acostumados aqui no Brasil, isso porque, não necessariamente, aquele que vencer no voto popular será o eleito, uma vez que o que fala mais alto é o colégio eleitoral. Para um candidato chegar à Casa Branca, ele precisa alcançar 270 dos 538 delegados. O primeiro a chegar neste número, vence às eleições. Dos 50 estados que tem nos EUA, sete são cruciais para definir uma eleição. São ele: Geórgia, Carolina do Norte, Arizona, Nevada, Michigan, Pensilvânia e Wisconsin. Em 2016, quando o Donald Trump concorreu com Hillary Clinton, apesar de não ter recebido maioria dos votos, o republicado foi eleito porque teve mais delgados, ao todo foram 304 votos. Na época ele tinha recebido quase três milhões de votos a menos do que a candidata democrata.
Não era a primeira vez que algo assim ocorria. No total, cinco presidentes americanos perderam no voto popular, mas venceram as eleições. John Quincy Adams foi o primeiro, em 1824, contra Andrew Jackson. O mesmo aconteceu nos anos 200, quando George W. Bush superou Al Gore com uma desvantagem de quase 500 mil votos. Em ambos os casos, a vitória dos candidatos republicanos se deu porque eles superaram os 270 votos do Colégio Eleitoral necessários para chegar à Casa Branca. Confira a seguir alguns dos principais pontos deste sistema, às vésperas das eleições de 5 de novembro entre o republicano Donald Trump e a democrata Kamala Harris, que prometem ser bastante disputadas.
A razão das eleições dos Estados Unidos levarem mais em consideração os votos dos deputados do que o popular se deve a Constituição de 1797, que estabeleceu as normas para as eleições presidenciais por sufrágio universal indireto em votação única. Os “pais fundadores” o consideraram um meio-termo entre escolher o presidente por sufrágio universal direto ou pelo Congresso, que era considerado pouco democrático. Ao longo das décadas, centenas de propostas de emenda foram apresentadas ao Congresso para modificar ou abolir o Colégio Eleitoral, mas nenhuma prosperou.
Não há nada na Constituição que obrigue os delegados a votar em um ou outro candidato. Alguns estados os obrigam o respeito ao voto popular, mas aqueles que se recusam, em geral, ficam sujeitos a apenas uma multa. No entanto, a Suprema Corte decidiu, em julho de 2020, que os delegados “desleais” poderiam ser punidos se ignorassem a escolha dos cidadãos.

Os delegados se reunirão nas capitais de seus estados no dia 17 de dezembro para votar para presidente e vice. A lei americana estipula que “se reúnam e emitam seus votos na primeira terça-feira após a segunda quarta-feira de dezembro”. No dia 6 de janeiro de 2025, após contar todos os votos, o Congresso certificará o vencedor do pleito, que será conhecido muito antes.
*Com informações da AFP
Fonte: Jovem Pan News


