Movimentos reivindicam respostas do governo e melhorias para acampados e comunidades indígenas
Na manhã desta segunda-feira (25), manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e indígenas das aldeias Bororó e Jaguapiru bloquearam três importantes rodovias em Mato Grosso do Sul. As interdições ocorrem na BR-262, entre Anastácio e Miranda; na MS-384, entre Antônio João e Ponta Porã; e na MS-156, entre Dourados e Itaporã.
Reivindicações do MST
Segundo Zeca, integrante da Direção Estadual do MST, o grupo exige terras, crédito e alimentação para as famílias acampadas, muitas das quais aguardam há mais de 16 anos por novos assentamentos. “Estamos há dois anos de governo progressista e ainda nossas famílias não tiveram respostas concretas. O Incra-MS precisa apresentar uma solução imediata”, afirmou.
O movimento estima que cerca de 800 pessoas participam dos bloqueios e pedem a presença do presidente do Incra-MS, Paulo Roberto da Silva, que declarou estar em contato com os líderes do MST para agendar uma reunião.
Protestos indígenas
Indígenas das aldeias Bororó e Jaguapiru também participam das manifestações, denunciando a falta d’água na reserva de Dourados. O grupo ameaça intensificar os protestos fechando o anel viário e o acesso ao Hospital da Missão Caiuá.
A falta de água na reserva, onde vivem cerca de 20 mil pessoas, foi criticada pelo governador Eduardo Riedel, que classificou a situação como “vergonha”. Durante o lançamento de um programa voltado às comunidades indígenas, Riedel prometeu resolver o problema até o fim de seu mandato, mas destacou que Dourados ficou de fora das cidades inicialmente contempladas pelo projeto.
“É inaceitável que ainda enfrentemos essa situação. Vamos buscar recursos, parcerias como a da Itaipu, e garantir dignidade à população”, afirmou o governador.
Impacto e segurança
As manifestações bloqueiam totalmente as vias, sem previsão de liberação, afetando o trânsito nas regiões. As polícias Rodoviária Federal e Militar Rodoviária estão monitorando os protestos para garantir a segurança nas rodovias.
No bloqueio da MS-384, cerca de 400 pessoas estão no local, impedindo qualquer circulação, inclusive por estradas vicinais. O movimento reforça a importância de sua luta, que envolve demandas estruturais e sociais de longa data.