Com alta nos atendimentos, cidade enfrenta escassez de leitos e intensifica ações para vacinar grupos prioritários
Os casos de doenças respiratórias cresceram de forma preocupante em Dourados nas últimas semanas. Referência para moradores de 33 municípios da região, a cidade enfrenta lotação nos leitos de UTI do Hospital da Vida, que já não tem mais vagas disponíveis.
“Estamos em um período delicado, sazonal das síndromes gripais, e todos os leitos estão ocupados. Vale lembrar que essa unidade atende toda a região”, explicou o secretário de Saúde, Márcio Grei Alves Vidal de Figueiredo.
Além disso, a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) tem recebido um número elevado de pacientes todos os dias. O Hospital Universitário, por sua vez, também está em estado de alerta.
Segundo o secretário, entre abril e julho, o clima mais ameno favorece a propagação de vírus respiratórios. Só nas duas últimas semanas, 85 pessoas procuraram atendimento com Síndrome Respiratória Aguda Grave ou outras doenças pulmonares. Do total, 29 eram crianças — o que aumenta a preocupação com esse grupo, especialmente vulnerável.
As vacinas, segundo ele, são essenciais para conter a disseminação viral. Elas ajudam a evitar surtos, diminuem a gravidade dos sintomas e reduzem a chance de internação. “A imunização é a principal arma neste momento”, destacou Figueiredo.
Mesmo com a campanha em andamento, o número de vacinados ainda está longe da meta. Até agora, 11.090 pessoas dos grupos prioritários foram imunizadas. No entanto, o objetivo é atingir 100 mil vacinados.
Para facilitar o acesso ao imunizante, a Secretaria de Saúde está ampliando os horários de atendimento nas unidades de saúde. Algumas UBSs e o PAM (Pronto Atendimento Médico) passaram a atender inclusive durante feriados, medida que deve continuar.
Entre os grupos prioritários estão: crianças de 6 meses a 6 anos incompletos, gestantes, puérperas (até 45 dias após o parto), indígenas, quilombolas, pessoas em situação de rua, profissionais da saúde, professores, forças de segurança e salvamento, militares, pessoas com deficiência, caminhoneiros, motoristas de transporte coletivo, funcionários dos Correios, pessoas privadas de liberdade, funcionários do sistema prisional, jovens sob medidas socioeducativas, portadores de doenças crônicas e idosos com 60 anos ou mais.
O secretário também reforçou a importância de medidas preventivas. Lavar as mãos com frequência, usar máscara em locais fechados e evitar contato com pessoas doentes são atitudes que ajudam a reduzir o contágio. Caso os sintomas apareçam, é essencial buscar atendimento logo no início.
Durante o feriado prolongado da Semana Santa e Tiradentes, a UPA registrou 2.172 atendimentos. Para aliviar a demanda, a prefeitura abriu pela primeira vez o posto de saúde da Seleta, no Jardim Flórida, que funcionou das 7h às 22h. A estratégia deu certo e realizou 1.119 atendimentos.
A experiência será repetida no feriado do Dia do Trabalhador (1º de Maio). “É fundamental que todos os integrantes dos grupos prioritários procurem as unidades para se imunizar e ajudar a reduzir a pressão sobre o sistema de saúde”, finalizou Márcio Figueiredo.