R$ 6,4 bilhões saíram da caderneta no mês; juros altos seguem atraindo investidores para outras aplicações
A caderneta de poupança registrou novo saldo negativo em abril, com saques superando os depósitos em R$ 6,4 bilhões, segundo relatório divulgado nesta sexta-feira (9) pelo Banco Central. No mês, os brasileiros depositaram R$ 349,6 bilhões, mas retiraram R$ 356 bilhões. Os rendimentos creditados somaram R$ 6,5 bilhões, e o saldo total da poupança segue acima de R$ 1 trilhão.
Esse é o quarto mês consecutivo de resgates líquidos. De janeiro a abril de 2025, a saída total de recursos já chega a R$ 52,1 bilhões. Desde julho de 2024, a caderneta acumula saldos negativos, com exceção apenas de dezembro, quando houve entrada líquida de R$ 5 bilhões. Em todo o ano passado, os saques superaram os depósitos em R$ 15,5 bilhões.
A principal razão para o enfraquecimento da poupança é a taxa básica de juros (Selic), que está elevada e torna outras aplicações mais atrativas. Nesta semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC manteve a Selic em 14,75% ao ano, o maior patamar desde 2017. Esta foi a sexta manutenção consecutiva da taxa, dentro de um ciclo de aperto monetário que visa conter a inflação, especialmente a dos alimentos e da energia.
O Copom afirmou que o cenário continua incerto e exigirá cautela, tanto em novos ajustes na taxa quanto no tempo que ela permanecerá alta. Para o mercado financeiro, a Selic deve encerrar 2025 ainda nesse nível.