Nova unidade experimental em Porto Murtinho busca soluções para solos desafiadores e visa fortalecer a produção voltada à exportação
Neste sábado (17), a UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) inaugura um centro rural de pesquisa voltado ao desenvolvimento da agricultura na região de Porto Murtinho. Localizada na fazenda Yndiana, a 40 km da cidade, a Unidade Experimental de Pesquisa da Rota Bioceânica promete contribuir diretamente com a produção agrícola voltada à exportação.
Durante a inauguração, os visitantes poderão conhecer as espécies de plantas que estão sendo testadas no campo, avaliando sua adaptação ao solo e clima da região. A programação inclui ainda uma palestra técnica e uma visita às obras da Ponte Bioceânica, parte essencial da futura rota de integração entre o Brasil e os países do Pacífico.
De acordo com o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UFMS, Fabrício Frazílio, a unidade tem um papel estratégico. “A unidade amplia significativamente a capacidade da UFMS de gerar conhecimento aplicado em solos desafiadores, como os planossolos nátricos órticos. Eles têm alta fertilidade natural, mas exigem técnicas específicas de manejo”, explica.
O foco da pesquisa inclui temas como irrigação, conservação do solo, genética vegetal e agricultura de precisão. Além disso, a proposta fortalece a relação entre ensino, pesquisa e extensão universitária, ampliando o impacto no desenvolvimento regional.
A reitora Camila Ítavo destaca que o projeto também tem compromisso ambiental. “Esse projeto pioneiro está alinhado ao nosso objetivo de promover a sustentabilidade e proteger o bioma Pantanal, sem ignorar o papel econômico da agropecuária local”, afirma.
O professor Ricardo Gava, coordenador da unidade, ressalta que a região é marcada pela pecuária extensiva, o que compromete a qualidade das pastagens. Para ele, é essencial recuperar áreas degradadas com soluções sustentáveis. “Temos um enorme potencial produtivo fora do Pantanal. Só em Porto Murtinho, são 739 mil hectares disponíveis, mais do que todo o município de Maracaju ou o dobro de Chapadão do Sul”, compara.
Com o novo centro, a UFMS reforça sua presença no interior do Estado e investe em pesquisa voltada para o futuro da agropecuária sul-mato-grossense.