Rodovia contará com internet 4G, mais câmeras de monitoramento e totens de emergência com geolocalização
A nova concessão da BR-163, em Mato Grosso do Sul, traz mudanças importantes no projeto original. Embora o novo contrato tenha reduzido a meta de duplicações, a rodovia contará com mais tecnologia, segurança e estrutura de atendimento ao usuário. A estrada continua sob o comando do mesmo grupo empresarial, agora rebatizado como Motiva.
Quando a concessão foi iniciada, em 2014, pela antiga CCR MSVia, o plano previa a duplicação de 806,3 quilômetros dos 847,2 km totais da BR-163 — o que representava 95,17% do trecho sul-mato-grossense. No novo contrato, porém, serão duplicados apenas 203 quilômetros, ou 23,96% da rodovia.
Somando os 150 quilômetros já entregues na concessão anterior, a BR-163 chegará a um total de 303 quilômetros duplicados, o que corresponde a 41,68% do percurso. Ao contrário do projeto inicial, que previa duplicação contínua, o atual contrato concentra os investimentos em trechos pontuais.
Entre os trechos previstos, o maior fica em Dourados, com 24,36 quilômetros. Em seguida vem Camapuã, com 14,59 quilômetros, e Rio Verde, com 6,74 quilômetros. Em relação às vias marginais, a projeção também caiu. O plano de 2014 previa 35,3 km, enquanto o novo prevê apenas 22,99 km.
Mais conectividade e estrutura
Apesar da redução na duplicação, a nova concessão promete avanços importantes. O número de passarelas para pedestres aumentou de 16 para 22. Além disso, foram incluídos 144 pontos de ônibus e 56 passagens de fauna — itens que não estavam presentes no contrato anterior.
Outro destaque é a conectividade: a rodovia terá cobertura completa de internet 4G e acesso gratuito via wi-fi nas bases operacionais. A solicitação foi feita pela Motiva à ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). No contrato anterior, essa exigência não existia.
Também está prevista a instalação de 550 câmeras de monitoramento, espalhadas por passarelas, praças de pedágio, postos da PRF, sedes administrativas, vias marginais e outras estruturas. No projeto de 2014, eram previstas 505 câmeras.
Para ampliar a segurança e o atendimento aos motoristas, totens de emergência com comunicação direta com o CCO (Centro de Controle Operacional) serão instalados a cada 30 quilômetros. Eles terão geolocalização e substituirão o sistema anterior, que contava com apenas 17 totens — um em cada base de atendimento.
Indenização milionária
Com o fim do contrato anterior, o grupo Motiva terá direito a uma indenização da União no valor de R$ 754,7 milhões. Esse valor corresponde à devolução antecipada da rodovia e das estruturas construídas ao longo de dez anos de concessão.
A indenização inclui R$ 71,6 milhões por estimativas de perda (conforme a Lei nº 13.448/2017), R$ 330 milhões de excedente tarifário, R$ 13,4 milhões de atualização do TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) e R$ 339,5 milhões referentes à transferência de bens físicos e financeiros.
Mesmo com o contrato permanecendo com a Motiva, o novo acordo é juridicamente considerado distinto, o que garante o direito ao pagamento por parte da União.