Polícia Federal apreende armas e investiga grilagem de terras e queimadas ilegais no Pantanal
Nesta sexta-feira (20), a Polícia Federal deflagrou a operação Prometeu, visando empresários e fazendeiros da “alta sociedade” de Corumbá, suspeitos de crimes como incêndio, desmatamento e grilagem de terras públicas. A operação acontece em um município que abriga parte do Pantanal, uma das regiões mais afetadas por queimadas nos últimos meses.
Equipes da PF cumpriram sete mandados de busca e apreensão, coletando documentos, aparelhos eletrônicos e até armas, como rifles e revólveres. Conforme o superintendente da Polícia Federal em Mato Grosso do Sul, Carlos Henrique Cotta D’Angelo, os alvos da operação são empresários e produtores de gado bastante conhecidos na região. Dois suspeitos foram presos em flagrante, mas liberados após pagamento de fiança.
A investigação revelou que uma área pública de 6.419 hectares estava sendo usada para pecuária ilegal, com mais de 2.100 cabeças de gado pastando na área invadida. A terra, de domínio da União, já foi embargada, e sete mil bois já haviam sido negociados. Segundo a perícia da PF, o dano ambiental causado pela exploração da área é estimado em R$ 220 milhões, levando em consideração os impactos no bioma, a extensão da área e o período de fogo.
O superintendente D’Angelo também destacou que o Pantanal, devastado por queimadas desde junho, teve a área investigada queimada pela primeira vez em 2020, e desde então o fogo se tornou rotina, com o local sendo usado extensivamente para a criação de gado. A operação foi realizada em conjunto com o Ibama e a Iagro, que também atuam no embargo da área.
O grupo investigado responderá por crimes como incêndio criminoso, desmatamento ilegal, grilagem de terras, falsidade ideológica e associação criminosa. A operação recebeu o nome de “Prometeu” em referência à mitologia grega, onde o personagem roubou o fogo dos deuses e o entregou à humanidade, fazendo mau uso dele e sendo punido por Zeus.